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Cientistas criam bateria que pode revolucionar setor de energia

Bateria da Universidade de Stanford é feita a base de três materiais relativamente baratos e abundantes — alumínio, grafite e ureia

Dois em um: demanda por renováveis aumenta a necessidade de baterias baratas e eficientes. (shansekala/Thinkstock)

Dois em um: demanda por renováveis aumenta a necessidade de baterias baratas e eficientes. (shansekala/Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 17h23.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2017 às 17h08.

São Paulo - Um dos maiores desafios para a expansão das energias renováveis é o armazenamento de energia de um jeito eficiente e econômico, mas um novo tipo de bateria desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, pode ajudar a impulsionar o setor.

Com três materiais relativamente baratos e abundantes — alumínio, grafite e ureia — o professor de química Hongjie Dai e o doutorando Michael Angell criaram uma bateria recarregável segura e com um ciclo de vida longo.

O grande diferencial dessa bateria é o uso de ureia — um material já produzido em grandes quantidades industriais para uso em fertilizantes e também presente na urina dos mamíferos — como base para o elétrólito, que é a solução capaz de conduzir corrente elétrica.

"Então, essencialmente, o que você tem é uma bateria feita com alguns dos materiais mais baratos e mais abundantes que você pode encontrar na Terra. E realmente ela tem bom desempenho ", diz Dai em um comunicado de imprensa.

Por uma métrica de eficiência chamada de coulomb (C), que mede a relação entre a unidade de carga colocada na bateria e a carga de saída, a nova bateria é avaliada em 99,7%, o que é considerado bem alto.

Os pesquisadores publicaram os resultados na revista científica PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Desafio

À medida que a demanda por tecnologias renováveis cresce, aumenta a necessidade de baterias baratas e eficientes para armazenar a energia gerada durante períodos de alta produção e liberá-la em tempos nada produtivos, especialmente se tratando da fonte solar. As baterias atuais, como as de íon lítio ou chumbo-ácido, são caras e têm vida útil limitada.

Para levar sua invenção às vias comerciais, os pesquisadores licenciaram as patentes de bateria para uma empresa chamada AB Systems, fundada pelo próprio Dai. Eles também planejam aumentar a vida útil da bateria e, para isso, terão de analisar mais profundamente seus processos químicos internos.

Para atender às demandas de armazenamento de uma rede elétrica, a bateria comercial terá de durar pelo menos dez anos.

"Nosso sonho é que, com essa bateria,  a energia solar seja armazenada em cada edifício e em cada casa", disse Dai.

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