China: para pesquisadores, mercados vivos não são a origem do vírus (Justin Chin/Bloomberg/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 29 de maio de 2020 às 11h20.
Última atualização em 29 de maio de 2020 às 14h43.
Para cientistas da Instituto de Virologia de Wuhan (WIV), o novo coronavírus não surgiu nos mercados vivos da China, conforme indicam as primeiras pesquisas sobre a origem do vírus, e nem de um laboratório chinês. Sobre os laboratórios, o diretor do Instituto, Wang Yanyi, disse a uma emissora estadual chinesa que "a covid-19 é significativamente diferente de todos os patógenos que foram estudados no instituto e que não há chances de ele ter vazado de lá".
Na terça-feira, um epidemiologista chinês também negou que a covid-19 tenha vindo de mercados vivos de Wuhan e apontou que as amostras coletadas dos animais do local não tinham o mesmo patógeno do vírus. Segundo ele, "o mercado é uma das vítimas".
Os comentários foram feitos como uma forma de estancar as acusações americanas sobre uma possível autoria chinesa para o novo vírus.
Recentemente, um estudo científico feito por pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, e publicado na revista Nature Medicine, apontou que o vírus é resultado de evolução natural, sem engenharia humana.
Apesar disso, os especialistas chineses não falaram sobre outros pontos cruciais, como as evidências de que o país teria escondido os verdadeiros números iniciais do surto da SARS-CoV-2.
Uma pesquisa feita pela americana Pew Research Center indica que quase dois terços dos americanos criticam as reações iniciais da China ao vírus. A pesquisa também mostra que 84% dos habitantes dos Estados Unidos desconfiam das informações do governo chinês, com 49% indicando que não acreditam em nada do que diz o governo da China.
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