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Ciência desvenda mistério dos lendários Yeti e Pé Grande

Cientistas pesquisaram amostras de pelo que teriam sido deixadas para trás pelo Yeti e determinaram que, na verdade, os fios pertenciam a um urso ou uma cabra

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2014 às 22h46.

Paris - Para aqueles que acreditam na existência do Pé Grande e do Yeti, também conhecido como Abominável Homem das Neves, a notícia pode ser desanimadora.

Cientistas se debruçaram sobre amostras de pelo que teriam sido deixadas para trás pelo Yeti e determinaram que, na verdade, os fios pertenciam a um urso ou uma cabra.

Um desapontamento similar espera aqueles que acreditam no Pé Grande, o correspondente norte-americano do Yeti, no Almasty das estepes da Ásia Central, e no Orang Pendek, um hominídeo bípede famoso por vagar nas florestas montanhosas de Sumatra.

As evidências, reportadas no periódico britânico Proceedings of the Royal Society B, vieram de um teste de DNA em amostras de pelo atribuídas a "primatas anômalos", um termo neutro usado para estas criaturas lendárias.

A pesquisa inseriu a biotecnologia no meio de um debate que dura há décadas.

"De um lado, há vários registros, inclusive de testemunhas oculares e evidências de pegadas, que apontam para a existência de grandes primatas não identificados em muitas regiões do mundo", afirmaram os autores do estudo.

"De outro, nem corpos, nem fósseis recentes destas criaturas nunca foram validados", acrescentaram. "A ciência moderna tem evitado amplamente este campo", prosseguiram.

Humanos desaparecidos?

Teorias sobre visões de Yetis e similares variam de neandertais remanescentes e outros ramos menores da árvore genealógica humana, à espécie de um grande símio, o Gigantopithecus.

Os cientistas, chefiados pelo professor de genética Byan Skypes, da Universidade de Oxford, enviaram um pedido em maio de 2012 para museus e colecionadores individuais - inclusive o renomado montanhista Reinhold Messner - com amostras de pelo que supostamente vieram de "primatas anômalos".

Eles receberam 30 amostras de pelo em estado bom o suficiente para permitir um sequenciamento genético. Eles eram atribuídos a yetis.

Descobriu-se que uma delas vinha de uma cabra sul-asiática denominada goral ("Capricornis sumatraensis").

As outras duas - uma de Ladakh, na Índia, e a outra do Butão - revelaram um elo intrigante no DNA com o "Ursus maritimus", o urso polar.

Os pelos provavelmente vieram de um descendente longínquo do urso polar ou de um cruzamento local com um urso pardo, sugeriram os cientistas.

"Se estes ursos são amplamente distribuídos no Himalaia, eles podem muito bem ter contribuído para a fundação biológica do lendário Yeti, especialmente se, como relatado pelo caçador que atirou no espécime de Ladakh, eles se comportam de forma mais agressiva com relação aos humanos do que as espécies nativas de ursos", acrescentou.

Oito amostras atribuídas ao Almasty vieram do urso-pardo ("Ursus arctos") ou de vacas, cavalos e guaxinins.

Uma única amostra, que se pensava ser de um Orang Pendek, foi rastreada e revelou ser de um tapir-malaio ("Tapirus indicus").

Descobriu-se que as 18 amostras de Pé Grande tinham uma ampla ligação com fontes do mundo real, variando do urso-negro americano, do guaxinim e da vaca a um porco-espinho, e inclusive um lobo, um coiote ou um cão.

Talvez o grande desapontamento tenha sido um tufo atribuído ao Pé Grande no Texas, que revelou ser cabelo humano, de um europeu, a julgar pela análise genética.

Os autores desafiaram a "comunidade de criptozoologia" - aqueles que acreditam na existência de criaturas fabulosas e elusivas - a apresentar mais evidências convincentes a apoiar suas afirmações.

"As técnicas descritas aqui puseram um fim a décadas de ambiguidades sobre identificação de espécies de amostras de primatas anômalos e estabeleceram um padrão rigoroso com o qual julgar quaisquer alegações futuras", concluíram.

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