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Chuva mata dois na Grande SP em dia de fenômeno raro

No Largo da Concórdia, no Brás, na região central de São Paulo, a queda de uma árvore matou uma mulher e feriu um homem e uma criança


	Carro é atingido por queda de árvore em Perdizes: segundo o meteorologista do Inmet, as microexplosões são comuns durante o verão, mas também em períodos de transição entre estações
 (Mariana Belley/ Divulgação)

Carro é atingido por queda de árvore em Perdizes: segundo o meteorologista do Inmet, as microexplosões são comuns durante o verão, mas também em períodos de transição entre estações (Mariana Belley/ Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2016 às 12h42.

São Paulo - A tempestade com rajadas de vento de mais de 50 km/h que atingiu a capital paulista e a região metropolitana nesta segunda-feira, 16, deixou dois mortos e ao menos oito feridos.

No Largo da Concórdia, no Brás, na região central de São Paulo, a queda de uma árvore matou uma mulher e feriu um homem e uma criança.

Já na região central de Suzano, na Grande São Paulo, um muro desabou sobre um veículo e matou um homem.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), a intensidade dos ventos no centro da capital nesta segunda-feira foi provocada por um fenômeno raro chamado de microexplosão.

De acordo com o engenheiro Hassan Barakat, meteorologista-chefe do CGE, o fenômeno empurra o vento da nuvem em direção ao solo com força.

Os ventos podem atingir 80 km/h, mas essa velocidade não foi verificada nesta segunda-feira na região central de São Paulo.

Já de acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Marcelo Schneider, a microexplosão de vento, como a que aconteceu em São Paulo nesta segunda-feira, forma-se em nuvens verticais (cúmulo-nimbo), em consequência do encontro de massas de ar quente e de ar frio.

"No domingo (15), tivemos o registro de um ciclone no oceano, que trouxe uma massa de ar frio forte. Quando essa frente fria chegou a São Paulo, que estava muito quente, aconteceu a tempestade e a microexplosão", disse Schneider.

Segundo o meteorologista do Inmet, as microexplosões são comuns durante o verão, mas também em períodos de transição entre estações.

A microexplosão é o mesmo fenômeno verificado em 29 de dezembro de 2014, quando 286 árvores caíram em vários pontos da capital, o maior número registrado na história.

Entre segunda-feira e terça-feira, 17, ao menos 179 árvores caíram em toda a região metropolitana. Segundo o Corpo de Bombeiros, 42 novas ocorrências envolvendo árvores eram atendidas por volta das 10 horas.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que os radares meteorológicos projetavam uma forte tempestade na capital, mas não previram o fenômeno da microexplosão.

Haddad disse ainda que foi informado na hora do almoço da ocorrência da tempestade, que viu da janela do gabinete dele na Prefeitura, no centro.

Falta de energia. As zonas sul e leste de São Paulo foram as mais afetadas pela falta de energia na capital após forte temporal da segunda-feira.

Equipes da Eletropaulo continuavam os trabalhos de restabelecimento da luz na manhã desta terça. Na zona oeste, os bairros da Pompeia e da Lapa foram os mais afetados.

A AES Eletropaulo informou que atua na reconstrução da rede na Estrada Dom João Nery, na zona leste, e no cruzamento da Rua Siqueira Bueno com a Avenida Alcântara Machado - a Radial Leste, no Belenzinho, também na zona leste.

A cidade de Embu-Guaçu também passa por uma ação da força-tarefa da concessionária.

No Largo da Concórdia, uma menina de 2 anos foi levada para o Pronto-Socorro da Santa Casa, em Santa Cecília, no centro. Segundo os bombeiros, a criança sofreu intervenção intensa, de mais de uma hora, para recuperar sinais vitais.

Às 21 horas desta segunda-feira, seu quadro era grave. Outro ferido no local foi um homem de 42 anos, socorrido pelos bombeiros, cuja situação clínica não foi divulgada.

O CGE registrou 12 rajadas de ventos entre a madrugada e a tarde de ontem, com velocidades variando de 30,5 km/h a 57,4 km/h.

Nessa velocidade final, as rajadas são capazes de derrubar grandes árvores e destelhar casas, de acordo com a Escala Beaufort de classificação de ventos.

Previsão do tempo

De acordo com o CGE, nesta terça-feira, 17, a frente fria passa rapidamente por São Paulo, mas ainda deixa o tempo fechado e chuvoso. As temperaturas permanecem baixas ao longo do dia, com mínima de 16ºC e máxima de 19ºC.

O CGE prevê que a umidade relativa do ar se eleve, com os menores valores acima dos 75%. Em função da mudança na direção do vento, que passa soprar do quadrante sul, a sensação será de frio para os paulistanos.

Já nesta quarta-feira, 18, o sol deve aparecer entre nuvens, mas os termômetros registrarão 14ºC durante a madrugada. O vento úmido do oceano aumenta a sensação de frio para os paulistanos. 

A umidade do ar seguirá elevada, segundo o CGE, com os menores valores acima dos 65%. O Centro de Emergências não há prevê chuvas significativas ao longo do dia, que deve terminar com variação de nebulosidade e chuviscos ocasionais no início da noite.

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