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China usa microchips em lençóis de hotéis após escândalos com higiene

O serviço, que também permite à gerência rastrear cada item individualmente

China: microchips em lençóis de hotéis após escândalos com higiene (VCG/Getty Images)

China: microchips em lençóis de hotéis após escândalos com higiene (VCG/Getty Images)

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AFP

Publicado em 9 de julho de 2019 às 14h55.

Insetos provavelmente são a última coisa que os hóspedes esperam encontrar na cama de um hotel, mas um novo serviço chinês que usa microchips para rastrear os lençóis e toalhas que não foram lavados ganhou popularidade na internet.

Um serviço de lavagem de roupas para hotéis em Wuhan, cidade da região central da China, começou a instalar microchips nos lençóis de cama, fronhas e toalhas, permitindo assim que os hóspedes utilizem um código QR em cada item e chequem com precisão quando foi a última lavagem.

O serviço, que também permite à gerência rastrear cada item individualmente, se tornou um dos assuntos mais falados na internet, seguindo uma série de escândalos recentes sobre falta de higiene em hotéis de alto nível.

O Ritz-Carlton em Xangai e outros estabelecimentos cinco estrelas na China - incluindo o The Península em Beijing e Waldorf Astoria Shanghai - foram forçados a se desculpar em novembro por conta de um vídeo, que expunha práticas anti-higiênicas, viralizadas na internet.

O vídeo, que rapidamente alcançou dezenas de milhares de visualizações, mostrou a equipe de limpeza do hotel utilizando as esponjas e panos com que limpam os banheiros para limpar também os copos dos quartos.

Nas redes sociais, as pessoas receberam o novo serviço de Wuhan com ampla aceitação e diversos pedidos para que o sistema comece a funcionar em outros estabelecimentos da China.

"Esse sistema precisa ser implementado em todo o país", escreveu um usuário ho site de microblogging Weibo, o Twitter chinês.

"Eu levo os meus próprios lençóis de cama toda vez que viajo. Uma vez eu tive uma alergia na pele depois de uma estada no hotel e fiquei coberta de pontos vermelhos", acrescenta.

No entanto, alguns foram mais céticos, dizendo que o código QR pode facilmente ser danificado ou os dados no chip manipulados.

"Qual o objetivo em saber quantas vezes um lençol de cama foi lavado ou a última vez que foi para a máquina de lavar sem saber se o lençol foi realmente substituído após o hóspede anterior fazer o check-out?", questionou um outro usuário.

No último ano, 79 das 110 lavanderias comerciais de Wuhan foram fechadas após serem fiscalizadas pelo governo por não cumprirem as normas, reportou a agência de notícias estatal Xinhua.

Os chips podem suportar temperaturas de até 180 graus Celsius e ser lavados 200 vezes, segundo a BlueSky TRS, companhia de Beijing que desenvolveu essa tecnologia.

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