Lua (Alexander Rieber/Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 22 de novembro de 2020 às 14h00.
Sete anos depois do seu primeiro pouso na Lua, a China planeja uma missão espacial para coletar rochas lunares nesta semana. A tentativa será a primeira feita por qualquer país desde os anos 1970 e será realizada para estudar mais sobre a origem do satélite natural da Terra, bem como para testar a capacidade do país de operar missões espaciais à distância (antes de iniciativas mais ambiciosas, como coletar rochas em Marte em 2030).
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Se bem sucedida, a sonda espacial da China irá coletar 2kgs de amostras de rochas lunares. Depois de Estados Unidos e Rússia, a China deve tornar-se o terceiro país a coletar tais amostras.
Junto com a sonda de coleta, será enviada para a Lua uma escavadeira. Desse modo, as rochas poderão ser oriundas de uma profundidade de até 2 metros. A missão lunar irá a uma área não visitada do astro, um planície conhecida “Oceano de Tempestades” (ou “Oceanus Procellarum”). Chamada Chang’e-5, a missão está programada para acontecer na terça-feira (24) e as rochas devem chegar ao planeta Terra em meados de dezembro deste ano.
Com as novas rochas lunares, os pesquisadores poderão investigar a por quanto tempo a Lua teve um interior vulcanicamente ativo, assim como quando o seu campo magnético se desfez. Desse modo, os pesquisadores poderão, por exemplo, entender se a Lua já teve condições de abrigar vida no passado, uma vez que o campo magnético protege astros da radiação solar, como acontece com a Terra.
A China tem planos ambiciosos para a Lua. Depois de ter pousado uma sonda no lado escuro do satélite natural em 2019, o país almeja enviar missões especiais periódicas ao longo da próxima década para estabelecer uma estação lunar robótica com a finalidade de estudar mais sobre o astro, especialmente no polo sul.