Ciência

China autoriza testes de vacina nasal contra covid-19 em humanos

A vacina nasal já foi utilizada em casos de gripe e é recomendada para crianças e adultos que não gostam de usar agulhas

Coronavírus: testes de vacina nasal foram aprovados na China (Joe Raedle / Equipe/Getty Images)

Coronavírus: testes de vacina nasal foram aprovados na China (Joe Raedle / Equipe/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 12 de setembro de 2020 às 14h39.

Última atualização em 12 de setembro de 2020 às 14h40.

A China anunciou que os testes em humanos para uma vacina em spray nasal contra o novo coronavírus foram autorizados pelo governo chinês. Os testes de fase 1 foram aprovados na última quarta-feira, 9, e a proteção será desenvolvida por pesquisadores na Universidade de Xiemen e de Hong Kong, bem como pela farmacêutica Beijing Wantai Biological Pharmacy Enterprise Co.

A vacina nasal já foi utilizada em casos de gripe e é recomendada para crianças e adultos que não gostam de usar agulhas. Os pesquisadores acreditam que os testes serão finalizados em até um ano. Se eficaz, vacina pode oferecer uma dupla proteção contra o SARS-CoV-2.

A opção de spray nasal contém proteínas enfraquecidas do vírus da gripe com segmentos genéticos da espícula do coronavírus. Quando administrada, ela é capaz de imitar as infecções respiratórias e estimular uma resposta imune contra o patógeno que causa a covid-19.

Uma pesquisa recente eita por cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, com ratos, mostrou que a vacina contra a covid-19 administrada de forma nasal pode induzir uma resposta imune do corpo contra a doença. Ainda sem revisão pelos pares, o estudo mostra que esse tipo de vacina pode ser até mais eficaz do que a opção injetável com os mesmos componentes.

Os professores David Curiel e Michael Diamond criaram uma vacina com base nas espículas da covid-19 e a deram para ratos criados em laboratório que tinham receptores humanos para receber a proteína do vírus, parte responsável pela infecção das células.

O resultado observado por eles ao expor os animais ao SARS-CoV-2 após uma vacinação injetável foi de que eles não demonstraram nenhum sinal de infecção em seus pulmões, embora tivessem uma pequena quantidade do RNA viral nos órgãos. Já os animais que receberam a versão nasal da vacina não tiveram sequer uma quantidade de RNA viral em seus pulmões — o que, para os autores, mostra que a proteção administrada no nariz dos indivíduos pode ser até mais efetiva do que a comum.

No Brasil a Universidade de São Paulo (USP) está desenvolvendo uma vacina por spray nasal contra o vírus. De acordo com a universidade, o modelo de imunização já foi testado – com resultados positivos – em camundongos contra a hepatite B.

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