Ciência

China aprova padrão para sistema operacional em satélites baseado no OpenHarmony

Documento unifica requisitos técnicos para sistema operacional leve em tempo real e impulsiona uso nacional em satélites

China2Brazil
China2Brazil

Agência

Publicado em 22 de maio de 2025 às 15h30.

A Subcomissão de Padronização da Sociedade Chinesa de Astronáutica aprovou, em 20 de maio, dois documentos propostos pelo setor aeroespacial: “Requisitos gerais para sistema operacional em tempo real embarcado em satélites baseado no sistema leve OpenHarmony” e “Prática de desenvolvimento de sistema operacional em tempo real embarcado em satélites baseado no sistema leve OpenHarmony”.

Definições técnicas e objetivos do padrão

O padrão define um sistema operacional em tempo real leve, baseado no OpenHarmony, voltado para micro e nano satélites. O documento apresenta definições técnicas, normas para aquisição, portabilidade e adaptação do código-fonte, além de orientações para o desenvolvimento de sistemas embarcados. O objetivo é unificar os requisitos desses sistemas e facilitar sua aplicação nessas plataformas.

Devido às limitações de escala, micro e nano satélites não conseguem operar com sistemas convencionais. Para contornar essa limitação, a equipe liderada por Yu Xiaozhou implementou, pela primeira vez, o OpenHarmony em um sistema operacional em tempo real embarcado no “Dalian 1 – Satélite Lianli”. O projeto utilizou software e hardware produzidos na China, o que marcou uma substituição integral por soluções nacionais.

A missão do Satélite Lianli demonstrou que, após a implementação do sistema operacional OpenHarmony, a velocidade de resposta e a confiabilidade do sistema do satélite aumentaram”, afirmou Yu Xiaozhou. Após entrar em órbita, o satélite validou tecnologias como o sistema de propulsão à base de hidroxilamina-nitrato e captou imagens de sensoriamento remoto com resolução superior a 1 metro.

Ampliação do uso do sistema OpenHarmony no setor espacial

O sistema baseado no OpenHarmony já foi adotado por outras iniciativas. Entre elas, satélites da Xingzhong Space, da série “Jinzijing”, da Aispace Science, da Hangsheng Satellite e do Instituto de Pesquisa em Inovação Tecnológica de Micro Satélites da Academia Chinesa de Ciências, com o projeto “Satélites Gêmeos Eletromagnéticos”. A aplicação ampliou os cenários de uso e fortaleceu a presença da comunidade OpenHarmony também no setor espacial.

A equipe de Yu Xiaozhou, da Universidade de Tecnologia de Dalian, liderou a elaboração do padrão. Participaram do projeto instituições como o Instituto de Pesquisa em Inovação Tecnológica de Microssatélites da Academia Chinesa de Ciências, a Universidade Tsinghua, o Instituto de Engenharia de Sistemas Aeroespaciais de Xangai e a Xingzhong Space.

Também contribuíram a Sociedade Chinesa de Astronáutica, a China Spacesat, a Universidade de Wuhan, a Universidade de Tecnologia de Harbin, a Universidade de Tecnologia de Pequim, a Universidade de Aeronáutica e Astronáutica do Noroeste, a Shenzhen Kaihong Digital Industry Development, a Chang Guang Satellite Technology, a Beijing Aispace Technology Development e a Aerospace Maker (Beijing) Technology.

Acompanhe tudo sobre:SatélitesChinaPesquisas científicas

Mais de Ciência

Cientistas descobrem novas técnicas de rejuvenescimento humano — e anfíbios são os grandes 'heróis'

Como a dor de dente pode ter sido arma de sobrevivência de peixes há 500 milhões de anos

Instituto Mauá será o cérebro brasileiro em missão que vai à lua de Saturno

Pais de pet: estudo mostra que cachorros podem despertar instinto parental