Produção do comprimido da Pfizer contra a covid-19, o Paxlovid, em uma fábrica em Fribourg, na Alemanha (foto de arquivo) Produção do comprimido da Pfizer contra a covid-19, o Paxlovid, em uma fábrica em Fribourg, na Alemanha (foto de arquivo) (AFP/AFP)
Da redação, com agências
Publicado em 12 de fevereiro de 2022 às 12h21.
O regulador de medicamentos da China anunciou neste sábado, 12, a aprovação ao uso da pílula anticovid da Pfizer, com sede nos Estados Unidos. O remédio é capaz de tratar adultos com doenças leves ou moderadas que podem vir a desenvolver sintomas graves.
A Administração Nacional de Produtos Médicos reforçou que a aprovação ainda é "condicional" e solicitou que mais pesquisas sobre o medicamento sejam realizadas e enviadas para a entidade.
O remédio da Pfizer contra covid-19 foi liberado em ao menos 40 países, incluindo Estados Unidos e Israel. A União Europeia permitiu o uso para seus países-membros em janeiro enquanto analisa uma autorização oficial.
No Brasil, apesar de já autorizado em outros países, a Pfizer ainda não submeteu o medicamento para análise da Anvisa, agência reguladora, e não há prazo para liberação.
O sinal verde da China surge após surtos de novos casos no país diante da variante ômicron, mais contagiosa. A nova onda colocou em risco a estratégia de "covid zero" promovida por Pequim, que conseguiu até agora ter menos de 5 mil mortos por covid-19 entre seus mais de 1,4 bilhão de habitantes.
Administrado por via oral, o tratamento antiviral da Pfizer é comercializado como Paxlovid.
Estudos mostraram que o remédio reduz significativamente as hospitalizações e mortes em pacientes com risco de desenvolver uma forma grave da doença e provavelmente continua sendo eficaz contra a variante ômicron.
Os antivirais agem reduzindo a capacidade de um vírus de se replicar, contendo, assim, a doença.
Esse tipo de medicamento pode marcar um passo para o fim da pandemia, já que pode ser tomado com um simples copo d'água.
O Paxlovid é uma combinação de uma nova molécula, a PF-07321332, com o ritonavir, um antiviral contra o HIV, tomados em comprimidos separados.
A Pfizer afirma ter vendido o correspondente a US$ 72 milhões destes medicamentos em 2021.
Nas ondas anteriores, a China vinha conseguindo conter o número de novos casos e, sobretudo, de mortes, diante de uma política de quarentenas localizadas e ampla testagem.
Embora a China esteja longe dos níveis de infecção de outros países, a ômicron é um risco inédito. O país está lidando com vários surtos isolados que causaram o confinamento de uma cidade do sul nesta semana, onde os casos dispararam. Nas últimas 24 horas, foram 40 novos pacientes.
Os números levaram o governo a redobrar sua vigilância no momento em que Pequim celebra os Jogos Olímpicos de Inverno até 20 de fevereiro.
Todos os participantes estão confinados em uma hermética bolha sanitária, que impede o contato com o restante da população. Até agora, a China não autorizou nenhuma vacina estrangeira contra o coronavírus. As únicas disponíveis no país são as de fabricantes locais.
Os imunizantes do laboratório público Sinopharm e do privado Sinovac (fabricante da Coronavac) são os mais utilizados no país. A Sinovac indicou que pretende desenvolver uma dose específica contra a ômicron.
Segundo o Ministério chinês da Saúde, mais de 90% da população está vacinada com duas doses, sendo mais de 3,03 bilhões de vacinas já aplicadas no país.