Ciência

Células imunes da covid-19 são encontradas em quem não ficou doente

Apesar disso, não se sabe se ela é efetivamente uma proteção contra a covid-19, segundo estudo

Coronavírus: doença já deixou 701.085 no mundo todo e mais de 95 mil no Brasil (Victor Moriyama/Getty Images)

Coronavírus: doença já deixou 701.085 no mundo todo e mais de 95 mil no Brasil (Victor Moriyama/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 5 de agosto de 2020 às 09h10.

Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 15h18.

Um estudo divulgado na revista científica Nature aponta que foram encontradas células imune contra o novo coronavírus em amostras sanguíneas de 100 voluntários, entre eles alguns que não foram expostos à doença.

O fato, segundo os cientistas, pode ser explicado por exposições prévias a outros tipos de coronavírus. As células reativas T (também conhecidas como linfócitos T, ajudam o organismo na defesa de infecções) foram encontradas em 83% dos pacientes que já tiveram a covid-19 e em 35% dos doadores de sangue que não foram infectados.

O estudo afirma que "a presença de células reativas como a S-cross e a T em uma quantidade mensurável na população em geral pode afetar as dinâmicas da pandemia e tem implicações para o desenvolvimento das vacinas contra a covid-19".

Apesar de a célula imune ter sido encontrada em quem não teve a doença, não se sabe se ela é efetivamente uma proteção contra a covid-19. Então os 35% dos voluntários que ainda não foram infectados podem ou não podem contrair o vírus.

A pesquisa foi revisada por pares antes de ser publicada.

O Sars-CoV-2 já afeta o mundo e a economia há mais de seis meses. Desde o início da pandemia, que começou a assolar outros lugares fora da China em janeiro, cientistas e pesquisadores têm tentado encontrar uma solução para a doença. Já são 18.563.065 infectados globalmente e 701.085 mortes. O Brasil, segundo país com mais casos, tem 2.801.921 doentes e quase 100.000 óbitos, segundo o monitoramento em tempo real da universidade americana Johns Hopkins.

De acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) do dia 31 de julho, 26 vacinas estão em fase de testes e outras 139 estão em desenvolvimento. Das 26 em testes clínicos, 6 estão na fase III.

Outros tratamentos têm sido testados, como o de anticorpos. Recentemente pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriram novos anticorpos capazes de neutralizar a covid-19.

Quanto tempo dura a imunidade ao coronavírus?

Um estudo divulgado neste mês pela Universidade King’s College, de Londres, indicou que os níveis de anticorpos contra o coronavírus chegam ao pico três semanas após o início dos sintomas. No entanto, a contagem de anticorpos diminui rapidamente nas semanas seguintes.

Outra pesquisa, feita com base em um vírus semelhante por pesquisadores de Singapura, informa que a proteção contra o vírus podem ser “lembrada” por anos pelo organismo humano. Um tipo de células do sistema imunológico, as células T, ainda estão ativas contra o vírus Sars (também da família coronavírus) 17 anos depois da infecção.

Mesmo com o avanço das pesquisas, o tempo de duração da imunidade contra o novo coronavírus permanece um mistério e apenas mais estudos sobre o tema poderão revelar por quanto tempo o corpo humano pode ficar protegido de novas infecções.

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