Ciência

Celulares podem influenciar na mortalidade dos insetos, diz estudo

Análise surge no momento em que a Europa se prepara para a tecnologia 5G, 100 vezes mais rápida do que a rede 4G, gerando um alerta aos ambientalistas

Insetos: crescente exposição do meio ambiente à radiação eletromagnética tem "provavelmente uma influência no mundo dos insetos" (AFP/AFP)

Insetos: crescente exposição do meio ambiente à radiação eletromagnética tem "provavelmente uma influência no mundo dos insetos" (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 18 de setembro de 2020 às 20h04.

A radiação dos celulares pode ser uma das causas, junto com o uso de pesticidas e o desmatamento, da mortalidade dos insetos na Europa, aponta a análise de mais de 100 estudos feitos por uma ONG alemã.

A crescente exposição do meio ambiente à radiação eletromagnética tem "provavelmente uma influência no mundo dos insetos", estima esta análise, publicada nesta quinta-feira (17), dos dados de 190 estudos realizados pela Associação Alemã para a Conservação da Natureza (NABU) em colaboração com duas ONGs, uma alemã e outra luxemburguesa.

Esta análise surge no momento em que a Europa se prepara para a chegada da tecnologia 5G, que deve oferecer uma velocidade 100 vezes mais rápida do que a das redes 4G existentes e gera inúmeros alertas, principalmente dos ambientalistas.

Segundo essas ONGs, cerca de 60% dos estudos mostram efeitos negativos para abelhas, vespas e moscas.

Esses efeitos adversos vão desde a perda da capacidade de orientação, devido aos campos magnéticos, até a deterioração do material genético e das larvas.

A radiação dos celulares e das redes sem fio, como o wi-fi, provocaria a abertura dos canais de cálcio das células dos insetos, dando lugar a uma introdução significativa de íons de cálcio no organismo.

Em doses altas, este cálcio gera reações em cadeia nos insetos e um "estresse celular", acrescenta o estudo.

Entre essas reações, estão "uma alteração do sentido da orientação e uma diminuição da capacidade de reprodução".

A biomassa dos artrópodes diminuiu 67% em dez anos nas pastagens, e 41%, nas florestas europeias, de acordo com um estudo alemão publicado em outubro de 2019 na revista Nature.

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