Ciência

Calor assustador na Sibéria bate recorde e escancara crise climática

O calor da Sibéria pode acabar tornando 2020 o ano mais quente de todos, apesar da redução das emissões de carbono por conta do isolamento pelo coronavírus

Sibéria: locais atingiram a marca recorde de 25ºC (AlexGcs/Getty Images)

Sibéria: locais atingiram a marca recorde de 25ºC (AlexGcs/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2020 às 11h30.

"Está fazendo um frio da Sibéria", diziam as pessoas há anos atrás. Mas, em pleno 2020, a frase pode não ser mais tão real assim. Isso porque a província russa acabou de bater um recorde de onda de calor, atingindo a marca de 25ºC em Khatanga, local que geralmente não passa de 0ºC neste período do ano. O recorde anterior era de 12ºC.

O calor da Sibéria pode acabar tornando 2020 o ano mais quente de todos, apesar da redução das emissões de carbono por conta do isolamento pelo novo coronavírus. As regiões polares têm sido extremamente afetadas porque os oceanos carregam o calor em direção aos polos e derrete o gelo. O que escancara a crise climática que o planeta vem vivendo nos últimos anos.

Cientistas disseram ao jornal britânico The Guardian que a onda de calor é "sem dúvidas alarmante" e que as altas temperaturas podem estar ligadas aos incêndios florestais, derramamento de óleo e até mesmo a traças que comem árvores. A meteorologista russa Marina Makarova afirmou ao jornal que o inverno deste ano no local foi "um dos mais quentes da história desde que os registros começaram há 130 anos".

Segundo o Serviço de Mudança Climática do Copernicus, gerenciado pela União Europeia, em maio, no final da primavera e no começo do verão no hemisfério norte, as temperaturas na Sibéria soferam uma alta de 10ºC.

Pelo Acordo de Paris, o mundo deve manter a elevação das temperaturas em até 2 graus. Para isso, é preciso diminuir 80% das emissões até 2050. Mas, exceto por um hiato durante esta pandemia, que praticamente paralisou a economia, as emissões de gases de efeito estufa estão aumentando. Nenhuma grande economia, atualmente, cumpre com os compromissos estabelecidos em Paris.

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