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Butantan pedirá autorização para teste de vacina própria contra covid-19

A potencial vacina, batizada de Butanvac, é uma iniciativa de um consórcio internacional liderado pelo Butantan, e o imunizante será 100% desenvolvido no Brasil. A ideia é fornecer a Butanvac a países de renda baixa e média

 (Amanda Perobelli/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de março de 2021 às 07h52.

Última atualização em 26 de março de 2021 às 11h29.

O Instituto Butantan pedirá nesta sexta-feira à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para iniciar os testes em humanos de uma potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo instituto ligado ao governo do Estado de São Paulo, disseram à Reuters duas fontes a par do assunto.

Os estudos de Fases 1 e 2 contarão com 1.800 voluntários. A potencial vacina, batizada de Butanvac, é uma iniciativa de um consórcio internacional liderado pelo Butantan, e o imunizante será 100% desenvolvido no Brasil, disse uma das fontes. O instituto paulista deterá 85% da capacidade total de produção entre os membros do consórcio e, além do Brasil, a ideia é fornecer a Butanvac a países de renda baixa e média.

O anúncio oficial será feito em coletiva de imprensa marcada para 8h desta manhã na sede do Butantan, na zona oeste de São Paulo, com a presença do governador do Estado, João Doria (PSDB), e do presidente do instituto, Dimas Covas. A informação foi inicialmente publicada na noite de quinta pelo jornal Folha de S.Paulo e posteriormente confirmada à Reuters pelas fontes, que falaram sob condição de anonimato.

A vacina usará a tecnologia de vírus inativado, que o Butantan domina, e a expectativa é que ela possa começar a ser produzida em escala maior --para além das doses usadas nos testes-- a partir de maio, quando o instituto concluir a produção de doses da vacina da gripe para a campanha de imunização contra a doença, disse uma das fontes.

O desenvolvimento da nova vacina, segundo essa fonte, não altera o acordo que o Butantan tem com o laboratório chinês Sinovac para envase e futura produção no Brasil da CoronaVac. Nem mesmo os trabalhos de construção de uma nova fábrica para produção integral da vacina chinesa a partir de janeiro será afetado, ao menos por ora.

O objetivo, afirmou, é aumentar a oferta de vacinas e garantir ao Brasil independência no fornecimento de imunizantes, sem depender de compras no exterior.

Doria publicou um vídeo e um texto em sua conta no Twitter na noite de quinta-feira em que informa sobre a coletiva da manhã desta sexta.

"Mais uma vez, a ciência nos enche de esperança na luta contra a Covid-19", afirmou sem entrar em detalhes do anúncio que será feito.

As primeiras duas fases de testes em humanos de uma vacina são realizadas com um número reduzido de voluntários e têm o objetivo de verificar se o imunizante é seguro e se induz o organismo a produzir a resposta imune esperada. Já na Fase 3, realizada em um número maior de voluntários, é testada a eficácia da vacina.

O Butantan realizou os testes da Fase 3 da CoronaVac no Brasil. O instituto já entregou 27,8 milhões de doses da vacina ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.

O contrato do Butantan com o ministério prevê a entrega de um total de 100 milhões de doses da CoronaVac até o final de setembro, prazo que o Butantan promete antecipar para agosto.

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