Ciência

Buracos negros são maiores do que astrônomos acreditavam

Os astrofísicos analisaram 72 buracos negros em algumas das galáxias mais brilhantes e massivas do Universo

Buraco negro: "Encontramos buracos negros que são muitos maiores do que esperávamos" (foto/AFP)

Buraco negro: "Encontramos buracos negros que são muitos maiores do que esperávamos" (foto/AFP)

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EFE

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 21h42.

Barcelona - Os buracos negros do Universo crescem mais rapidamente que as estrelas das galáxias onde eles estão posicionados e são maiores do que se acreditava até agora, diz um estudo publicado nesta quinta-feira na revista "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".

Os astrofísicos do Instituto de Ciências do Espaço (ICE-CSIC) da Espanha e do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha (IEEC), dirigidos por Mar Mezcua, analisaram 72 buracos negros em algumas das galáxias mais brilhantes e massivas do Universo, situadas no centro de cúmulos de galáxias que se encontram a distâncias de aproximadamente 3,5 bilhões de anos luz da Terra.

Para realizar a descoberta, os especialistas utilizaram dados do observatório de raios X Chandra da NASA e dos comprimentos de ondas de rádio dos telescópios Australia Telescope Compact Array (Austrália), Karl G. Jansky Very Large Array (EUA) e do Very Long Baseline Array, também nos Estados Unidos.

Mezcua e seus colaboradores estimaram as massas dos buracos negros dos cúmulos de galáxias utilizando uma relação entre a massa de um buraco negro e as emissões em ondas de rádio e raios X associadas a ele.

Segundo Mezcua, os cientistas "acreditavam que as massas dos buracos negros eram dez vezes maiores que as estimadas por outro método que assumia que os buracos negros e suas galáxias cresciam ao mesmo tempo".

"Encontramos buracos negros que são muitos maiores do que esperávamos. Talvez começaram antes sua corrida para crescer ou, talvez, tiveram uma vantagem em sua velocidade de crescimento que durou bilhões de anos", disse Mezcua.

Os pesquisadores descobriram que quase metade dos buracos negros de sua amostragem tinham massas de, pelo menos, 10 bilhões de vezes a massa do Sol, o que os situa em uma categoria de massa extrema, que alguns astrônomos denominam buracos negros "supermassivos".

"Sabemos que os buracos negros são objetos extremos", indicou a coautora do estudo Julie Hlavacek-Larrondo, da Universidade de Montreal (Canadá), "por isso que, possivelmente, não surpreende o fato de os exemplos mais extremos romperem as regras que pensávamos que deveriam seguir".

Segundo o IEEC, outro estudo internacional também confirmou que o crescimento dos maiores buracos negros do Universo está superando a taxa de formação de estrelas nas galáxias onde eles estão situados.

Durante muitos anos, os astrônomos obtiveram dados sobre a formação de estrelas nas galáxias e do crescimento dos buracos negros supermassivos (ou seja, aqueles que têm massas de milhões e de bilhões de vezes a do Sol) situados em seus centros.

Esses dados sugeriam que os buracos negros e as estrelas em suas galáxias cresciam ao mesmo tempo, mas os resultados de dois grupos de pesquisadores, que realizaram seus estudos de maneira independente, coincidiram em afirmar que os buracos negros das galáxias massivas cresceram muito mais rapidamente que nas inferiores em massa.

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