Ilustração da Nasa mostra um buraco negro isolado no espaço, com sua gravidade distorcendo a visão de estrelas e galáxias ao fundo (Goddard Space Flight Center da NASA/ESA/Gaia/DPAC/Reprodução)
Laura Pancini
Publicado em 8 de fevereiro de 2022 às 10h26.
Com a ajuda do Telescópio Espacial Hubble da Nasa, um grupo de astrônomos pode ter detectado e medido pela primeira vez a massa de um buraco negro isolado, segundo um novo estudo.
O buraco negro descoberto é estelar, o que significa que ele foi formado após a explosão (conhecida como supernova) de estrelas gigantes no fim de suas vidas. Os núcleos das estrelas entram em colapso e viram buracos negros e, até hoje, todos foram identificados em sistemas binários e com estrelas de nêutrons em volta.
No entanto, ninguém jamais conseguiu encontrar um buraco negro isolado. Como eles não tem companheiros como as estrelas para gerar ondas de luz, acabam sendo difíceis de detectar na escuridão do espaço.
Agora, pela primeira vez na história, os cientistas descobriram um buraco negro isolado de massa estelar a cerca de 5.150 anos-luz de distância da Terra.
"Eles têm massas semelhantes aos buracos negros encontrados em binários. E deve haver muitos deles por aí", disse Kailash Sahu, astrofísico e o autor principal do estudo, ao Space.com.
De acordo com Sahu, a equipe teve ajuda dos campos gravitacionais que "distorcem o tecido do espaço e do tempo" e acabam acidentalmente agindo como lupas. O fenômeno é conhecido como lente gravitacional, previsto na teoria da relatividade geral de Albert Einstein.
"Se alguém puder detectar e medir a curvatura da luz causada por esses objetos massivos, é possível detectá-los e medir suas massas", disse Sahu.