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Bullock e Alfonso Cuarón superam desafios em "Gravidade"

O filme "Gravidade", do mexicano Alfonso Cuarón e no qual Sandra Bullock e George Clooney atuam, superou um enorme desafio técnico

George Clooney and Sandra Bullock participam do lançamento do filme "Gravidade": filme estreia nesta sexta nos Estados Unidos e na próxima semana no Brasil (Dave Kotinsky/AFP)

George Clooney and Sandra Bullock participam do lançamento do filme "Gravidade": filme estreia nesta sexta nos Estados Unidos e na próxima semana no Brasil (Dave Kotinsky/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2013 às 10h39.

Los Angeles - O filme "Gravidade", do mexicano Alfonso Cuarón e no qual Sandra Bullock e George Clooney demonstram o terror de ficar à deriva no espaço, superou um enorme desafio técnico para transmitir a perda e recuperação da gravidade por uma mulher afetada pela adversidade tanto física quanto emocional.

Em "Gravidade", o descontraído astronauta Matt Kowalski (Clooney) faz seu último voo espacial, durante o qual testa um novo equipamento que permite a ele flutuar no espaço. Ele é acompanhado por Ryan Stone (Bullock), uma engenheira em sua primeira missão em órbita e que carrega um peso na consciência.

Ambos serão os únicos sobreviventes de um terrível acidente, que os deixa à deriva no espaço.

Com roteiro de Cuarón e de seu filho Jonás, de 31 anos, o thriller estreia nesta sexta-feira nos Estados Unidos e na próxima semana no Brasil.

Com prolongadas sequências de apenas uma tomada, câmeras em primeira pessoa do ponto de vista de Bullock e uma bela coreografia, na qual o pânico na voz e no olhar contrasta com os lentos movimentos corporais da gravidade zero, o filme em 3D é uma experiência cinematográfica inédita para o espectador.

"Este foi o maior desafio", disse o diretor de 51 anos em uma recente entrevista coletiva em Beverly Hills.

"Quando elaboramos a coreografia, nossos cérebros pensavam do ponto de vista da gravidade, em termos de peso e de horizonte. Tivemos que aprender tudo de novo porque era totalmente contra-intuitivo".

Cuarón conseguiu o resultado desejado com a mistura de ação real e efeitos de computação gráfica, incluindo os trajes espaciais.

Mas, para dar a sensação de que os atores se movimentavam em um ambiente de gravidade zero, os produtores elaboraram uma plataforma a partir da qual especialistas titereiros faziam a atriz "flutuar".

O diretor de fotografia, o mexicano Emmanuel Lubezki, criou ainda uma "caixa de luz", cujas paredes internas foram cobertas de milhares de diminutas luzes LED que simulavam estrelas.


Com estas e outras ferramentas, Cuarón fez girar o universo ao redor dos atores.

"Reprogramar as reações era o mais difícil. Era necessário voltar a treinar o corpo do pescoço para baixo", disse Bullock aos jornalistas.

"Passei por um treinamento e semanas de repetição e sincronização com a câmera de Alfonso".

"E, depois, tinha que separar tudo aquilo das expressões faciais, para poder contar a história emocional", acrescentou a atriz de 49 anos, vencedora do Oscar em 2010 por "Um Sonho Possível" e que já é apontada como uma das indicadas para a próxima premiação da Academia.

Produzido pelo britânico David Heyman - que trabalhou com Cuarón em "Harry Potter e o prisioneuro de Azkaban" (2004) -, o filme da Warner Bros é a metáfora de uma viagem emocional: o da reconciliação da doutora Ryan Stone com sua vida na Terra.

"O filme é sobre uma mulher. Esqueça o espaço. É uma mulher à deriva no vazio, vítima de sua própria inércia", disse Cuarón.

"Ela é confrontada com todas estas adversidades que a afastam cada vez mais de qualquer conexão humana e do sentido da vida", disse o diretor de "E sua mãe também" (2001) e "Filhos da Esperança" (2006).

"Todos os outros elementos são vozes que integram sua psique, que representam o surgimento da vida. Porque apesar dela estar desesperada e do cérebro dizer 'me rendo', há algo que nos faz seguir adiante. A vida segue adiante".

"Gravidade" é o 'queridinho' da crítica desde sua estreia mundial em agosto no Festival de Veneza.

Com citações de Stanley Kubrick, que fez história com "2001: Uma Odisseia do Espaço" (1968), e do diretor alemão Max Ophüls, famoso pelos profundos retratos de mulheres, o crítico de cinema Justin Chang foi só elogios na revista Variety.

"Imagino que, em algum lugar, os espíritos de Stanley Kubrick e Max Ophüls estão assistindo com admiração", concluiu.

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