Ciência

Blue Origin, de Jeff Bezos, inicia venda de passagens para o espaço

A viagem não tem data, mas os ingressos já podem ser reservados

O anuncio ambicioso vem de um empresa que até o momento apenas testou seus foguetes, e ainda não fez nenhuma viagem oficial (Blue Origin/Divulgação)

O anuncio ambicioso vem de um empresa que até o momento apenas testou seus foguetes, e ainda não fez nenhuma viagem oficial (Blue Origin/Divulgação)

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Com o fim dos abastados programas espaciais que foram liderados pela Nasa no século passado, e com o espaço se tornando um local em que a agências espaciais buscam pelo interesse na pesquisa científica, um vácuo se abriu e lentamente começou a ser preenchido por novos interessados na exploração do universo. Entraram na cena os bilionários e suas inovadoras empresas. Todo com uma certeza: o cosmo é um mercado promissor e lucrativo.

Um forte sinal disso é o anúncio desta quarta-feira, 4, da Blue Origin, empresa espacial de Jeff Bezos, que inicia a venda de "passagens" para uma viagem espacial turística.

A companhia do fundador da Amazon ainda não tem as datas da viagem, nem a escala do passeio. Mas, em entrevista ao site Techcrunch, Bob Smith, o CEO da Blue Origin, disse que o valor pode ficar na casa das "centenas de milhares" de dólares, mas não revelou uma expectativa mais aproximada para os valores.

O veículo usado no translado deverá ser o foguete New Shepard, modelo da Blue Origin que já passou por alguns testes com tripulantes e se prepara para estar apto para o novo serviço que não deve ir além da órbita baixa da Terra.

O nome do lançador foi escolhido em homenagem ao astronauta Alan Shepard, o primeiro norte-americano a alcançar o espaço, em 1961, na missão Mercury-Redstone 3. A empresa garante uma experiência única que inclui o contato com gravidade zero, passeios em cápsulas com visão panorâmica do espaço e um pouso suave ao final.

Blue Origin vs. SpaceX

No final de abril, Jeff Bezos protestou junto ao governo americano contra a decisão da Nasa, a agência especial dos EUA, de ter escolhido a SpaceX, de Elon Musk, para um contrato de 2,9 bilhões de dólares que prevê levar astronautas à Lua até 2024.

A acusasão é de que a Nasa executou uma aquisição falha para o Sistema de Aterrissagem Humana e mudou os objetivos no último minuto, dificultando a competição entre as empresa.

Como consequência, a Nasa suspendeu o trabalho da SpaceX na sexta-feira, 30 de abril. A porta-voz da Nasa Monica Witt emitiu um breve comunicado anunciando a pausa e disse que ela permaneceria até que o Government Accountability Office (órgão dos EUA que investiga os gastos do governo) resolvesse as reclamações associadas ao caso, segundo o site Engadget. O GAO tem até 4 de agosto, no máximo, para tomar uma decisão sobre os desafios apresentados pela Blue Origin, fundada pelo CEO da Amazon, Jeff Bezos, e pela empresa de defesa Dynetics.

Elon Musk, ironizando o rival, respondeu ainda na semana passada uma reportagem sobre o caso, afirmando que a Blue Origin "não consegue voar (além da orbita)", dando a entender que os foguetes da empres nunca fizeram um lançamento para fora da Terra. O que é verdade.

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