Ciência

Autópsia em pacientes com covid-19 revela coágulos em "múltiplos órgãos"

Muitos pacientes com covid-19 desenvolvem problemas de coagulação sanguínea, mas a gravidade pode ser maior do que o imaginado

Coronavírus: médicos recorrem a autópsias para entender melhor os impactos no corpo humano (Radoslav Zilinsky/Getty Images)

Coronavírus: médicos recorrem a autópsias para entender melhor os impactos no corpo humano (Radoslav Zilinsky/Getty Images)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 11 de julho de 2020 às 18h23.

Última atualização em 11 de julho de 2020 às 18h57.

As consequências da covid-19 na saúde humana são atualmente alvo de pesquisas no mundo todo. Médicos recorrem a autópsias de pessoas que morreram da doença para entender melhor os impactos no corpo humano. Entre as mais recentes descobertas está o efeito na coagulação sanguínea, que pode ser maior do que o imaginado.

De acordo com a Dra. Amy Rapkiewicz, presidente do departamento de patologia do NYU Langone Medical Center, já se sabia que muitos pacientes desenvolvem problemas de coagulação sanguínea, mas o grau e a extensão em que isso ocorre foi descrito como "dramático" pela médica.

"A coagulação não ocorreu apenas nos grandes vasos, mas também nos pequenos”, disse ela em entrevista para CNN. "E isso foi dramático, porque, embora pudéssemos esperar nos pulmões, o encontramos em quase todos os órgãos que analisamos em nosso estudo de autópsia".

O estudo de Rapkiewicz, descrevendo suas descobertas, foi publicado no final de junho no jornal The Lancet EClinicalMedicine.

Os patologistas também ficaram surpresos com algo que não encontraram. Durante os estágios iniciais da pandemia, eles acreditavam que o novo coronavírus provocaria inflamação no coração. Entretanto, as autópsias encontraram incidentes muito baixos de miocardite, disse Rapkiewicz.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusDoençasPesquisas científicas

Mais de Ciência

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Cientistas conseguem reverter problemas de visão usando células-tronco pela primeira vez

Meteorito sugere que existia água em Marte há 742 milhões de anos

Como esta cientista curou o próprio câncer de mama — e por que isso não deve ser repetido