Barreira de Coral: aglomerado natural está localizado na costa nordeste da Austrália (Getty Images)
Reuters
Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 10h15.
Sydney - A Austrália irá gastar 965 milhões de dólares para melhorar a qualidade da água e o bem-estar da Grande Barreira de Coral para evitar que o Patrimônio da Humanidade entre na lista de "locais ameaçados" da Organização das Nações Unidas (ONU).
Mas ativistas dizem que o dinheiro --somado ao fundo de cerca de 750 milhões de dólares anunciado anteriormente-- é insuficiente, e quer que o governo adote ações mais concretas para proteger o recife.
Uma avaliação negativa para a Grande Barreira de Coral, localizada na costa nordeste do país, seria constrangedora para o governo australiano e prejudicaria sua lucrativa indústria turística.
No primeiro relatório de acompanhamento apresentado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) desde que esta chegou perto de incluir o recife na lista de locais "em perigo", a Austrália disse que irá investir 1,3 bilhão de dólares australianos aprimorando o maior ecossistema vivo do mundo.
Em junho, o primeiro-ministro do país, Malcolm Turnbull, prometeu um fundo de 1 bilhão de dólares australianos para a Grande Barreira de Coral.
A maior parte do gasto acelerado será destinada à qualidade da água e à saúde do ecossistema, informou a Austrália no relatório à Unesco, o que irá incluir programas para minimizar o derramamento de produtos químicos oriundos da agricultura e uma supervisão maior de cursos de água conectados.
Agora a Unesco irá avaliar o acompanhamento, mas, se não ficar satisfeita com o desempenho da Austrália, pode colocar a Grande Barreira de Coral na lista de locais "em perigo".
"Esperamos que este relatório mantenha a Austrália fora da lista de monitoramento de locais em perigo da Unesco", disse Josh Frydenberg, ministro australiano de Meio Ambiente e Energia.
Grupos ambientalistas, que acreditam que o recife precisa de mais investimento do que o governo se comprometeu a proporcionar, criticaram o relatório de acompanhamento, divulgado poucos dias após a confirmação de estragos significativos no local.
"É inaceitável que este governo agora esteja se parabenizando por estar lidando com a saúde do recife durante este mesmo período sem prometer nenhuma melhoria relevante", disse Shani Tager, do Greenpeace da Austrália.
No início desta semana, cientistas australianos disseram que dois terços de um trecho de coral de 700 quilômetros situado dentro da Grande Barreira de Coral morreram nos últimos nove meses.