Ciência

Aumento no nível do mar tem acelerado desde 1990, mostra estudo

O nível do mar cresceu cerca de 20 centímetros no século passado e muitos estudos científicos projetam uma aceleração contínua neste século

Nível do mar: um degelamento na Groenlândia foi responsável por mais de 25% do aumento do nível do mar em 2014 (Ian Joughin, University of Washington/Divulgação)

Nível do mar: um degelamento na Groenlândia foi responsável por mais de 25% do aumento do nível do mar em 2014 (Ian Joughin, University of Washington/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 26 de junho de 2017 às 18h58.

Oslo - O aumento no nível global do mar tem acelerado desde a década de 1990 em meio a temperaturas crescentes, com um descongelamento da camada de gelo da Groenlândia despejando ainda mais água nos oceanos, disseram cientistas nesta segunda-feira.

A taxa anual de crescimento do nível do mar aumentou para 3,3 milímetros em 2014 - uma variação de 33 centímetros caso inalterada por um século - em relação a 2,2mm em 1993, de acordo com uma equipe de cientistas de China, Austrália e Estados Unidos.

O nível do mar cresceu cerca de 20 centímetros no século passado e muitos estudos científicos projetam uma aceleração contínua neste século, à medida que o aquecimento global gerado pelo homem derrete mais gelo na Terra.

Até agora, no entanto, cientistas achavam difícil detectar se a variação aumentou, está estável ou caiu desde 1990.

O estudo descobriu que dados de satélites iniciais haviam exagerado a proporção do aumento do nível do mar na década de 1990, mascarando a aceleração recente.

A confirmação de um aumento acelerado "destaca a importância e urgência" de elaborar maneiras para cortar emissões de gases causadores do efeito estufa e proteger costas baixas, escreveram os cientistas no jornal científico Nature Climate Change.

Um degelamento da camada de gelo da Groenlândia foi responsável por mais de 25 por cento do aumento do nível do mar em 2014, contra somente 5 por cento em 1993, de acordo com o estudo liderado por Xianyao Chen, da Universidade de Oceanos da China e do Laboratório Nacional de Qingdao para Ciências Marinhas e Tecnologia.

Outras grandes fontes incluem perda de geleiras do Himalaia aos Andes, perda da camada de gelo da Antártica e uma expansão natural da água do oceano, à medida que se aquece a partir de seu mais denso a 4 graus Celsius.

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