Ciência

Astrônomos encontram seis galáxias “presas” em buraco negro supermassivo

Descoberta pode ajudar a explicar como esse tipo gigantesco de buraco negro é formado e como consegue se expandir de forma rápida

Buraco negro supermassivo pode pode estar "prendendo" seis galáxias inteiras em sua órbita (Handout/Getty Images)

Buraco negro supermassivo pode pode estar "prendendo" seis galáxias inteiras em sua órbita (Handout/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 6 de outubro de 2020 às 14h04.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Astrofísica (INAF, na sigla em inglês), localizado na cidade italiana de Bolonha, encontraram seis galáxias que orbitavam em torno de um buraco negro supermassivo. A descoberta, publicada em um estudo na revista científica Astronomy & Astrophysics apoia estudos sobre aa formação de buracos negros supermassivos na Via Láctea.

A pesquisa foi baseada em dados obtidos pelo Very Large Telescope (VLT). Os cientistas acreditam que as galáxias tenham orbitado em torno do buraco negro quando o universo tinha menos de 1 bilhão de anos de existência de acordo com a teoria do Big Bang, ocorrido há 13,8 bilhões de anos. Esta e outras descobertas podem trazer uma luz sobre o fenômeno.

"Esta pesquisa foi impulsionada principalmente pelo desejo de compreender alguns dos objetos astronômicos mais desafiadores do Universo”, disse Marco Mignoli, astrônomo do INAF. Ele acredita que os buracos negros podem crescer de forma veloz dentro de grandes estruturas que contém gás para alimentá-los.

 

Essas galáxias ficaram presas no que os cientistas chamam de “teia de aranha cósmica de gás. "As galáxias se erguem e crescem onde os filamentos se cruzam, e fluxos de gás, disponíveis para abastecer as galáxias e o buraco negro supermassivo central, podem fluir ao longo dos filamentos”, relatou Mignoli, conforme reportado pelo Science Daily.

Os pesquisadores acreditam que os primeiros buracos negros, formados a partir do colapso das primeiras estrelas, cresceram muito rápido até atingirem massas 1 bilhão de vezes superiores do Sol. A descoberta mais recente pode explicar como isso aconteceu relacionando o gás como forma de combustível para acelerar este crescimento supermassivo.

Essas seis galáxias detectadas são quase imperceptíveis aos telescópios atuais, mesmo ao VLT que possui um grande poder de observação. Os cientistas já conseguiram fazer a ligação entre quatro das seis galáxias encontradas com o buraco negro. “Acreditamos que acabamos de ver a ponta do iceberg”, disse Barbara Balmaverde, astrônoma do INAF e coautora do estudo.

Buracos negros ainda intrigam os cientistas. Recentemente, pesquisadores encontraram um buraco negro que não deveria existir justamente pelo seu tamanho incomum. Também neste ano, astrônomos encontraram o buraco negro mais próximo da Terra.

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