Ciência

Astrônomos conseguem observar formação de planetas pela 1ª vez

Os cientistas utilizaram dados do telescópio internacional de rastreamento infravermelho VISTA, instalado no Observatório Paranal, no Chile

Planetas: eles conseguiram registrar a temperatura e a quantidade de gás presentes nas regiões mais "prolíficas" de "produção" de planetas (Nasa/Divulgação)

Planetas: eles conseguiram registrar a temperatura e a quantidade de gás presentes nas regiões mais "prolíficas" de "produção" de planetas (Nasa/Divulgação)

E

EFE

Publicado em 15 de maio de 2017 às 18h45.

Washington - Um grupo de astrônomos da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, conseguiu observar pela primeira vez o processo de formação de planetas, divulgou nesta segunda-feira a revista digital "Nature Astronomy".

Os cientistas utilizaram dados do telescópio internacional de rastreamento infravermelho VISTA, instalado no Observatório Paranal, no Chile.

Eles conseguiram registrar a temperatura e a quantidade de gás presentes nas regiões mais "prolíficas" de "produção" de planetas, segundo o estudo.

"Previamente, nós observamos discos no processo de elaboração dos planetas, mas nossas observações estavam apenas arranhando a superfície", disse em comunicado o diretor do Departamento de Astronomia da Universidade de Michigan, Edwin Bergin.

Os planetas se formam no plano médio de discos de partículas de gás e de pó que rodeiam as estrelas jovens. Até então, os astrônomos não tinham conseguido observar esse plano médio devido à opacidade dos gases presentes.

Bergin e sua equipe desenvolveram um método que permite visualizar esse plano médio. No caso específico, um disco que está a 180 anos luz de distância com um sol com 0,8 vezes a massa da Terra.

Para observar a temperatura e outras condições do nascimento de um planeta, os astrônomos utilizaram uma forma rara de monóxido de carbono para traçar o hidrogênio molecular, a molécula mais abundante em uma região onde se formam planetas ou estrelas.

Pelo o fato de o hidrogênio molecular não poder ser detectado nas temperaturas frias associadas aos nascimentos de planetas, os cientistas focaram no monóxido de carbono que existem junto ao hidrogênio molecular.

A luz emitida por essa rara forma de monóxido de carbono aparece claramente no plano médio, revelando pela primeira vez a formação do planeta aos nossos telescópios.

Nesse caso, as observações dos astrônomos se basearam na ALMA, uma instalação astronômica internacional que mede a longitude das ondas de rádio emitidas por moléculas nesses discos distantes.

Com esse procedimento, os astrônomos conseguiram calcular a quantidade de massa disponível no plano médio de uma formação planetária e medir a temperatura da região.

"Se quisermos entender a formação de nosso sistema solar e porque há tantos sistemas de exoplanetas diferentes, temos que entender o plano médio. Esse é o plano onde temos a maior parte da massa concentrada. É lá onde ocorre a magia", explicou Ke Zhang, outro integrante da equipe, na nota da Universidade de Michigan.

"Com as capacidades da ALMA e essa nova técnica, os astrônomos podem finalmente rastrear a formação de planetas em ação", disse Bergin.

Acompanhe tudo sobre:AstronomiaEstados Unidos (EUA)Planetas

Mais de Ciência

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo

Plano espacial da China pretende trazer para a Terra uma amostra da atmosfera de Vênus