Ciência

Astrônomo brasileiro descobre grande conjunto de buracos negros

Eduardo Vitral é um dos pesquisadores envolvidos na mais recente descoberta de buracos negros formados por massa estelar

Buraco negro (Elen11/Getty Images)

Buraco negro (Elen11/Getty Images)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 17h06.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2021 às 10h31.

Pesquisadores do Institut d’Astrophysique de Paris, na França, encontraram evidências que apontam para a existência de um novo grupo contendo dezenas de buracos negros. Formados de massa estelar, eles estão próximos do núcleo globular colapsado NGC 6397. Ponto curioso desta história é que um dos astrônomos envolvidos na pesquisa é o ítalo-brasileiro Eduardo Vitral.

Além de Vitral, a pesquisa é encabeçada também pelo astrônomo americano Gary Mamon. A dupla utilizou o telescópio espacial Hubble para observar características marcantes no NGC 6397, localizado a 7.800 anos-luz de distância da Terra, mais precisamente na constelação de Ara. Conhecido também como GCI 74, o cluster de núcleo colapsado teria se formado apenas pouco tempo depois do Big Bang.

"Nossa análise indicou que as órbitas das estrelas são quase aleatórias em todo o aglomerado globular, em vez de sistematicamente circulares ou muito alongadas", disse Mamon, conforme reportado pelo Sci-News.

No estudo publicado na Astronomy & Astrophysics, os pesquisadores explicam que a busca por estes objetos é extremamente difícil. O trabalho consiste em analisar as posições e a velocidade das estrelas que estão no aglomerado e comparar com dados e estimativas anteriores dos movimentos captados pelo Hubble e também por equipamentos do observatório espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA).

“Encontramos evidências muito fortes de massa invisível nas densas regiões centrais do aglomerado. Mas ficamos surpresos ao descobrir que essa massa extra não é pontual, mas estendida a alguns por cento do tamanho do aglomerado”, afirmou Vitral.

Tal componente era remanescente de estrelas massivas que extinguiram sua fusão nuclear em determinado momento. Devido a sua grande massa, essas estrelas realizam um mergulho progressivo para o centro do aglomerado movidas pelas interações gravitacionais de estrelas menos massivas e que estão próximas. Como esses remanescentes não realizam mais fusão nuclear, não é possível captar seu brilho de maneira robusta daqui da Terra. 

De acordo com a teoria da evolução estelar, uma concentração de massa invisível pode ser composta por buracos negros de massa estelar. Outro estudo aponta que buracos negros são feitos de pequenos universos que entraram em colapso.

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