Ciência

Astrofísico Neil deGrasse nega acusações de assédios sexuais

"Os homens acusados de assédio sexual no clima do 'MeToo' de hoje em dia já são considerados culpados", escreveu o astrofísico em seu Facebook

Imagem de arquivo de Neil de Grasse Tyson: astrofísico respondeu às denúncias de assédios sexuais feitas por três mulheres (Michael Campanella / Stringer/Getty Images)

Imagem de arquivo de Neil de Grasse Tyson: astrofísico respondeu às denúncias de assédios sexuais feitas por três mulheres (Michael Campanella / Stringer/Getty Images)

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AFP

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 11h54.

O conhecido escritor e astrofísico americano Neil de Grasse Tyson negou as acusações de assédio sexual que sofreu por parte de três mulheres relativas a eventos ocorridos de 1984 até o presente.

DeGrasse, 60 anos, que construiu uma carreira de sucesso na televisão e em seus livros nos quais explica e populariza a ciência, havia permanecido em silêncio sobre as acusações até o momento.

Mas no fim de semana respondeu às acusações em um longo post no Facebook.

"Por várias razões", escreveu ele, "a maioria com razão, alguns injustificadamente, os homens acusados de assédio sexual no clima do 'MeToo' de hoje em dia já são considerados culpados pelo julgamento da opinião pública".

DeGrasse, que se autodefiniu como um "marido carinhoso", acrescentou que essas "acusações podem prejudicar a reputação e o casamento de um homem". "Às vezes de forma irreversível".

No primeiro caso contra ele, uma mulher alegou que DeGrasse a drogou e estuprou quando ambos eram estudantes de pós-graduação na Universidade do Texas, em 1984.

A mulher disse que desmaiou depois de tomar uma bebida dada por ele e em seguida acordou nua na cama dele.

O astrofísico se defendeu em seu post no Facebook manifestando sua surpresa por ler, mais de 30 anos depois, que estava sendo acusado de "drogar e estuprar uma mulher que não reconheci pela foto nem pelo nome".

No segundo caso, em 2009, contou que uma colega se aproximou dele em uma conferência para pedir uma foto.

A mulher tinha uma tatuagem do sistema solar que subia por seu braço. DeGreasse admite que ele provavelmente "procurou por Plutão na parte de seu ombro", mas disse que ficou surpreso ao ouvir depois que ela considerou esse gesto "algo assustador".

"Essa jamais foi minha intenção e lamento profundamente tê-la feito se sentir dessa maneira", afirmou.

A terceira acusação data deste ano. Depois de passar várias horas trabalhando em um projeto com uma assistente, ele a convidou para sua casa para tomar vinho acompanhado de queijo.

Mais tarde, "ela veio ao meu escritório para me dizer que a noite de queijos e vinho a deixara assustada". Ela viu o convite como uma tentativa de seduzi-la.

O astrofísico também admitiu que trocou com ela um aperto de mão diferente, que disse ter aprendido com um nativo idoso em uma reserva junto ao Grand Canyon. Isso pareceu para ela algo muito íntimo.

A Fox Broadcasting e a National Geographic, que exibem o popular programa de divulgação científica apresentado por DeGrasse, "Cosmos", informaram que estão investigando seu comportamento.

O Museu Americano de História Natural, em Nova York, onde DeGreasse dirige o Hayden Planetarium, também investiga as alegações, relatou a The New Yorker.

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