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Asteroides deram origem a duas das maiores crateras da Terra; como isso afetou o planeta?

Há 35 milhões de anos atrás, um dos maiores asteroides a cair no planeta criou a cratera Popigai, na Sibéria, com 100 km de diâmetro

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 16h01.

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Há 66 milhões de anos, o asteroide Chicxulub provocou a extinção dos dinossauros não-aviários e de muitas outras espécies. Apesar do impressionante impacto em todas as formas de vida, muitos outros fenômenos do tipo já ocorreram no planeta.

Cerca de 35,65 milhões de anos atrás, dois asteroides gigantes, quase tão grandes quanto Chicxulub, colidiram com o planeta com uma diferença de 25 mil anos entre si.

O primeiro, com um diâmetro entre cinco e oito quilômetros, criou a cratera Popigai, na Sibéria, com 100 km de diâmetro. O segundo, medindo entre três e cinco quilômetros, originou a cratera da Baía de Chesapeake, na costa leste dos EUA, com uma largura entre 40 e 85 km. Essas estruturas são atualmente a quarta e a quinta maiores crateras da Terra.

Ao longo do tempo, muitos vestígios de impactos semelhantes foram apagados por processos geológicos e atmosféricos. Curiosamente, apesar de sua magnitude, esses dois eventos não provocaram mudanças climáticas de longo prazo. Para investigar os efeitos ambientais, cientistas analisaram microfósseis marinhos chamados foraminíferos e mediram os isótopos presentes neles. Segundo um estudo da Communications Earth & Environment, as temperaturas dos oceanos permaneceram estáveis nos 150 mil anos seguintes aos impactos.

Bridget Wade, coautora do estudo, explicou: “Esperávamos observar alterações nos isótopos que indicassem mudanças na temperatura da água, mas isso não aconteceu.” Embora catastróficos em escala humana, causando tsunamis, incêndios e uma densa nuvem de poeira que bloqueou a luz solar temporariamente, os impactos do final do Eoceno não tiveram consequências climáticas duradouras, diferentemente do fenômeno Chicxulub.

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