Ciência

Asiáticos e negros têm maior risco de morte por covid-19, diz estudo

Nova pesquisa indica que indivíduos negros ou asiáticos estão entre os grupos de risco para o coronavírus

Coronavírus: negros e asiáticos podem ter mais chances de morrer pelo vírus (Radoslav Zilinsky/Getty Images)

Coronavírus: negros e asiáticos podem ter mais chances de morrer pelo vírus (Radoslav Zilinsky/Getty Images)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 11 de maio de 2020 às 17h17.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unido, aponta que indivíduos negros ou asiáticos possuem um risco maior de morte por covid-19. A doença, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, já ocasionou mais de 284 mil mortes em todo o mundo, sendo mais de 11 mil no Brasil.

O estudo, que, apesar de ainda ser preliminar, é o maior até o momento, analisou registros de mais de 17 milhões de adultos que vivem no Reino Unido entre os dias 1 de fevereiro e 25 de abril. Entre os pacientes estudados, 5.683 foram identificados com coronavírus, e a maioria dos pacientes eram homens acima dos 60 anos de idade.

A pesquisa também indicou que pessoas de ascendência negra ou asiática estão mais sujeitas a morte pela covid-19 - assim como pessoas que vivem em regiões carentes e sem acesso a cuidados de saúde adequados. .

A pesquisa também ajuda a confirmar que pessoas com idade mais avançada e homens correm maior risco de morte do que demais indivíduos infectados.

Liam Smeeth, médico e autor do estudo, disse em comunicado que mais dados são necessários para obter uma resposta definitiva.

"Precisamos de dados altamente precisos sobre os quais os pacientes correm maior risco para gerenciar a pandemia e melhorar o atendimento ao paciente. As respostas fornecidas por essa análise do OpenSAFELY são de importância crucial para os países ao redor do mundo. Por exemplo, é muito preocupante ver que os riscos mais altos enfrentados por pessoas de origens asiáticas ou negras não são atribuíveis a condições de saúde subjacentes identificáveis ​​”, disse Smeeth.

Ainda que o estudo tenha diversas limitações, os dados analisados são o de maior quantidade até então e complementam suposições que estão sendo feitas há algum tempo.

A pesquisa manteve o foco em mortes hospitalares, de forma que os dados entregues pelos hospitais foram os únicos analisados para realizar o estudo.

Ben Goldagre, coautor do estudo, reforça a necessidade das instituições de saúde erem abertas com seus dados.

“Durante uma emergência de saúde global, precisamos de respostas com rapidez e precisão. Isso significa que precisamos de conjuntos de dados muito grandes e muito atuais. O Reino Unido tem cobertura fenomenal e qualidade dos dados ”, disse o médico.

A Universidade está desenvolvendo diversos estudos sobre o tema para alcançar um resultado que seja o mais preciso possível.

Ainda que não se possa afirmar com certeza de que as duas populações em questão são as mais afetadas pelo coronavírus em todo o mundo, a pesquisa pode ser relacionada com a situação do Reino Unido.

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