Ciência

Artéria adicional no antebraço indica evolução humana, diz pesquisa

Segundo pesquisadores na Austrália, prevalência de artéria tem aumentado ao longo dos anos

Evolução: artéria no antebraço tem aumento de prevalência, indica pesquisa realizada com cadáveres na Austrália (Getty Images/Getty Images)

Evolução: artéria no antebraço tem aumento de prevalência, indica pesquisa realizada com cadáveres na Austrália (Getty Images/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 12 de outubro de 2020 às 15h40.

Última atualização em 12 de outubro de 2020 às 17h59.

Apenas uma simples artéria adicional no antebraço pode indicar que os humanos ainda estão em um lento, mas constannte processo de evolução. Pesquisadores da Austrália identificaram o aumento da prevalência de uma nova artéria, que é estudada há mais de 200 anos.

A artéria costuma ser temporária no processo de gestação, durando até a oitava semana, em média. Mas ela não tem mais desaparecido com a mesma frequência do passado.

Segundo pesquisadores da Flinders University e da University of Adelaide, isso indica que há hoje, mais do que nunca, pessoas com essa artéria adicional sob o pulso.

"Desde o século XVIII, pesquisadores têm estudado a prevalência desta artéria em adultos e nosso estudo mostra que ela está claramente aumentando", diz, em nota, Teghan Lucas, pesquisador da Flinders University. A pesquisa foi publicada no periódico científico Journal of Anatomy. "A prevalência era de cerca de 10% nas pessoas nascidas em meados da década de 1880, em comparação com 30% nas nascidas no final do século XX, de modo que é um aumento significativo em um período bastante curto de tempo, quando se trata de evolução", diz o pesquisador.

No estudo, foram analisados 80 cadáveres de pessoas que nasceram no começo do século XX e tinham entre 51 e 101 anos de idade. O aumento da prevalência da artéria sugere uma seleção natural de indivíduos que a possuem.

Os pesquisadores atribuem a artéria a um processo de mutação de genes, a problemas de saúde das mães ou mesmo aos dois fatores combinados. Se a prevalência da artéria continuar a aumentar, em 2100, ela pode estar em mais da metade da população, segundo os cientistas.

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