Repórter
Publicado em 6 de maio de 2025 às 14h44.
Última atualização em 6 de maio de 2025 às 15h06.
Fukushima, a região devastada pelo maior terremoto registrado no Japão em 2011, passou a ser um marco na história do país, não apenas pela catástrofe, mas também pelas mudanças que trouxe.
Desde então, o Japão intensificou os investimentos em estratégias para mitigar os riscos de desastres naturais. Uma das respostas mais visíveis foi a construção da "grande muralha do Japão" — uma gigantesca barreira costeira de mais de 400 km de extensão, que em algumas áreas chega a ultrapassar os 15 metros de altura, projetada para minimizar os efeitos de futuros tsunamis.
De acordo com a TEPCO, empresa responsável pela operação da usina de Fukushima, a instalação nunca será reativada. O acidente resultou em uma mudança drástica na política energética do Japão, que optou por reduzir sua dependência de energia nuclear. Mas, esse panorama está começando a se modificar.
Com o aumento da demanda por energia — impulsionada por avanços como a inteligência artificial —, o governo japonês anunciou, em fevereiro, um plano para elevar a participação da energia nuclear na matriz energética do país, com o objetivo de ampliar a participação da energia nuclear de 8% para 20% até 2040.
O Japão não está sozinho nesse movimento. Após o desastre de Fukushima, a Alemanha iniciou o fechamento de suas usinas nucleares, processo que culminou na desativação de seus últimos reatores em 2023. No entanto, o partido vencedor nas eleições de fevereiro indicou a possibilidade de reverter essa decisão e reativar as plantas desativadas.
Nos Estados Unidos, a meta é aumentar em três vezes a capacidade nuclear até 2050, com grandes empresas de tecnologia investindo em reatores próprios para garantir o funcionamento de seus centros de dados.
Curiosamente, até ambientalistas, antes críticos à energia nuclear, têm reconsiderado a energia nuclear como uma alternativa limpa, já que ela não emite gases de efeito estufa. O que sai dos reatores é apenas vapor d'água, e para muitos, os temores gerados por Fukushima parecem cada vez mais distantes.