Brasil

Anvisa abre processos contra importadoras de próteses

Se ao final do processo, o órgão constatar irregularidades, as empresas podem sofrer penalidades que variam de multa a cancelamento do alvará

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2012 às 18h23.

Brasília – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou hoje a abertura de processos administrativos para definir as penalidades às empresas importadoras das próteses da francesa PIP e da holandesa Rofil.

Com sede no Paraná, a importadora EMI comprou mais de 34 mil unidades da PIP, das quais 24,5 mil foram vendidas. O restante, equivalente a 10.680 unidades, foi apreendido pela Vigilância Sanitária paranaense e agora estão sob análise laboratorial da Anvisa.

No caso da marca Rofil, a Pharmedic Pharmaceutical, em São Paulo, informou ter vendido 193 próteses de seio, importadas em 2009. A empresa era a única com licença para importar os implantes Rofil até 2014. A Anvisa cancelou a autorização no último dia 10. Novas importações não foram feitas, pois a empresa desistiu de vender o implante holandês por ter ficado caro, segundo o gerente comercial da importadora, Adriano de Paiva.

Se ao final do processo, a Anvisa constatar irregularidades, as empresas podem sofrer penalidades que variam de multa, que pode chegar a R$ 1,5 milhão para infração gravíssima, ou até cancelamento do alvará de funcionamento do estabelecimento, previstas na Lei 6.437, de 1977. A Anvisa não forneceu detalhes do processo, que corre em sigilo.

Já a Advocacia Geral da União (AGU) avalia se cabe uma ação judicial contra as fabricantes ou outros responsáveis. De acordo com o órgão, os técnicos analisam o caso sem prazo para resposta.

A PIP é acusada de ter usado silicone industrial nos produtos. De acordo com autoridades sanitárias da França, o risco de ruptura é maior em relação a outras próteses. O vazamento do gel provoca problemas de saúde, como a inflamação da mama. A Rofil usou matéria-prima da PIP.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou hoje que o Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos de saúde vão cobrir a troca das próteses rompidas das marcas, tanto para as pacientes que colocaram por causa de uma reconstituição ou por questão estética. As mulheres serão chamadas para uma avaliação médica e passar por exames para saber se a prótese está com defeito. Os procedimentos serão definidos pelas autoridades de saúde na próxima semana.

Estima-se que 12,5 mil mulheres usam próteses da PIP e 7 mil da marca Rofil.

Acompanhe tudo sobre:AnvisaComércio exteriorImportaçõesMedicinaSaúde no Brasil

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua