Conheça os superpredadores do Permiano, como o Dimetrodon e o Anteossauro, que dominaram a Terra antes dos dinossauros (Imagem gerada com auxílio de Inteligência Artificial)
Redação Exame
Publicado em 14 de julho de 2025 às 17h11.
Última atualização em 14 de julho de 2025 às 17h12.
Quem pensa que os maiores seres que foram os dinossauros talvez não saiba que, milhões de anos antes deles surgirem, a Terra foi dominada por criaturas imponentes e predadoras que comandaram o único continente da época: Pangeia.
Durante o período Permiano, cerca de 280 milhões de anos atrás, a Terra vivia um superaquecimento global extremo. A Pangeia era uma massa de terra vasta e imensa, banhada pelo oceano Panthalassa, e as regiões interiores do continente eram marcadas por vastos desertos e temperaturas elevadíssimas. Nas regiões costeiras, poucas florestas primitivas de samambaias e coníferas eram as únicas a sobreviver, enquanto flores, grama e árvores frutíferas eram inexistentes.
Foi nesse cenário, 15 a 20 milhões de anos antes do surgimento dos primeiros dinossauros, que os sinapsídeos dominaram o topo da cadeia alimentar, predadores vorazes e implacáveis. Esses seres, apesar de algumas características em comum com répteis, como escamas, eram completamente diferentes de tudo o que existia até então. Não dependiam de lagos ou rios para se reproduzir e possuíam dentes de sabre afiados, especializados para matar presas grandes ou protegidas por couraças.
Entre os superpredadores do Permiano, destacaram-se os gorgonópsidos, que se tornaram os maiores carnívoros terrestres da época. Conheça alguns deles:
Dimetrodon limbatus (Florilegius/Universal Images Group via Getty Images)
O Dimetrodon, que se assemelhava a um dragão-de-komodo, era um predador imenso, que pesava até 250 quilos e podia medir até 5 metros. A vela dorsal era formada por espinhos neurais, e ele vivia em uma região de pântanos. Os dentes eram curvos e serrilhados, embora as mandíbulas fossem estreitas.
As descobertas de fósseis no Texas indicam que, para cada grande herbívoro encontrado, eram descobertos em média 8,5 fósseis de Dimetrodon.
O Anteossauro, uma espécie de T. rex do Permiano, foi o maior predador do período, com até seis metros de comprimento. Possuía mandíbulas musculosas e dentes poderosos capazes de esmagar ossos, além de cristas ósseas acima dos olhos. A agilidade, semelhante à de um guepardo, somada à capacidade de estabilização do olhar feita pelo cérebro, tornava-o um caçador imbatível. Ele podia perseguir presas com foco constante.
Já o Pampaphoneus biccai, descoberto no Brasil, é um marco da paleontologia sul-americana, sendo o maior predador terrestre do Permiano no continente. Com um crânio robusto e dentes poderosos, media quase 3 metros e podia chegar até 400 quilos.
O Inostrancevia foi o maior gorgonopsiano da história, medindo até cinco metros de comprimento e pesando 700 quilos. Com caninos enormes e dentes especializados para rasgar carne, semelhantes aos dos tigres-dente-de-sabre, ele era uma verdadeira máquina de matar.
A dieta, entretanto, era restrita, já que ele não conseguia mastigar e precisava engolir pedaços grandes de carne, o que o tornava ecologicamente vulnerável.
Por volta de 252 milhões de anos atrás, o planeta sofreu a chamada extinção Permo-Triássica, a maior extinção em massa da história, que eliminou cerca de 90% das espécies marinhas e 70% das terrestres. Essa extinção foi causada pelas erupções dos Trapps Siberianos, um vasto depósito vulcânico que liberou gases tóxicos e cinzas, causando um superaquecimento global catastrófico.
Os superpredadores como o Inostrancevia e o Anteossauro desapareceram durante esse evento, juntamente com muitas outras formas de vida. Apenas espécies mais flexíveis, como os dicinodontes herbívoros, conseguiram sobreviver.