Uma pesquisa conduzida pelo cientista Daniel Muratore, do Instituto de Santa Fé, Novo México, Estados Unidos, indica que a lua oceânica de Saturno, Encélado, contém todos os elementos básicos necessários para a vida (Nasa/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 9 de novembro de 2023 às 08h00.
Lançada em 1997, a missão Cassini-Huygens continua rendendo descobertas importantes mesmo após sua aposentadoria no espaço.
Uma pesquisa conduzida pelo cientista Daniel Muratore, do Instituto de Santa Fé, Novo México, Estados Unidos, indica que a lua oceânica de Saturno, Encélado, contém todos os elementos básicos necessários para a vida.
A pesquisa mais recente revela a descoberta de amônia e fósforo inorgânico no oceano de Encélado. Ainda em 2008, a Cassini descobriu plumas de água semelhantes a gêiseres em erupção através de um equipamento chamado Analisador de Poeira Cósmica.
Na época, o equipamento revelou que a água nas plumas continha uma mistura surpreendente de outros elementos como dióxido de carbono, vapor de água e monóxido de carbono. Também foram encontrados vestígios de nitrogênio molecular, hidrocarbonetos simples e produtos químicos orgânicos complexos.
"Além de especular sobre concentrações limite de compostos bioativos para apoiar os ecossistemas, a teoria metabólica e ecológica pode fornecer uma lente interpretativa poderosa para avaliar se os ambientes extraterrestres são compatíveis com os ecossistemas vivos", afirmou o pesquisador para a Science Alert.
Um componente crítico da teoria ecológica é o índice de Redfield, que mostrou que a proporção de carbono para nitrogênio e fósforo era consistente em toda a biomassa oceânica da lua de Saturno. Outros pesquisadores também descobriram que a proporção dos elementos muda dependendo da área e das espécies de fitoplâncton presentes.
As pesquisas agora propõem que existe um equilíbrio entre a água do oceano e os nutrientes do plâncton baseado no feedback biótico, o que poderia permitir a existência de uma estrutura química para nutrientes e vida simples.
"Devido a esta presença, o índice de Redfield tem sido considerado uma assinatura alvo para a detecção astrobiológica de vida, especialmente em mundos oceânicos como Europa e Encélado", escrevem os autores do novo artigo.
Outras pesquisas agora tentam comprovar que o oceano da lua de Saturno também pode conter outros produtos químicos comuns nos organismos vivos, como precursores de aminoácidos, amônio e hidrocarbonetos.