Alemanha: segundo o ministério da Defesa alemão, o exército do país sofreu 284.000 ciberataques nas nove primeiras semanas do ano, sem registrar danos importantes (Reprodução/Getty Images)
AFP
Publicado em 31 de março de 2017 às 20h47.
A Alemanha lançará no sábado seu "ciberexército", que atuará paralelamente às Forças Armadas de terra, ar e mar com a missão de protegê-las de potenciais ataques cibernéticos.
"Desde o ponto de vista organizacional, estamos entre os melhores do mundo", indicou ao semanário Focus o general Ludwig Leinhos, à frente do Comando Ciberespaço e Informação (KdoCIR), destinado a coordenar as competências do exército alemão em termos de ciberdefesa.
As forças armadas do mundo inteiro assumiram o fato de que as guerras do futuro serão lutadas no ciberespaço, lançando ataques contra os sistemas informáticos dos inimigos.
Mas segundo o general Leinhos, a Alemanha é o primeiro país entre os 28 sócios da Otan a implementar uma força separada no mesmo nível das forças terrestres, marítimas e aéreas: "os sócios o acompanham com muito interesse", assegurou.
Segundo o ministério da Defesa alemão, o exército do país sofreu 284.000 ciberataques nas nove primeiras semanas do ano, sem registrar danos importantes.
Baseada em Bonn (oeste), a KdoCIR entrará em ação no sábado com 260 pessoas, que aumentarão até 13.500, militares e civis, "a mesma quantidade que a Marinha", detalhou o general Leinhos.
Este "ciberexército", que deverá estar totalmente operacional até 2021, tem por objetivo garantir a proteção das infraestruturas militares e dos sistemas de armamento.
Toda ação ofensiva dirigida contra infraestruturas no exterior, no entanto, deverá contar com a aprovação da câmara baixa do parlamento, o Bundestag.
O serviço de inteligência alemão acusou o serviço secreto russo de realizar campanhas internacionais com fins de sabotagem ou espionagem.
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou em novembro que a Rússia poderia tentar influenciar as eleições legislativas de 2017 no seu país.