Vênus: pesquisa sobre vida no planeta foi divulgada em setembro (3quarks/Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 26 de outubro de 2020 às 14h03.
Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 10h51.
A Nasa confirmou nesta segunda-feira, 26, pela primeira vez, a existência de água na parte iluminada da Lua. A novidade vem no rastro de outras descobertas fascinantes para a astronomia (e para a humanidade) que aconteceram em 2020 — de planetas do tamanho da Terra a sinais de existência de vida em Vênus. Quer trabalhar na área de tecnologia? Aprenda do zero a programar com nosso curso de Data Science e Python.
Confira, abaixo, cinco descobertas astronômicas sobre o espaço e o universo:
Logo no começo de 2020, em 6 de janeiro, a Nasa anunciou a descoberta de um planeta do tamanho da Terra que fica próximo de uma estrela e em uma zona habitável, ou seja, ele fica em uma posição que favorece a presença de água em estado líquido — condição essencial para vida como a conhecemos.
O “TOI 700 d” fica a 100 anos-luz e foi identificado pelo satélite Tess, que procura planetas parecidos com o nosso.
No começo deste ano, um grupo de cientistas encontrou uma anomalia em neutrinos tau, partículas de alta energia, mais pesadas, saindo ao contrário da Terra.
Ibraham Safa, um dos autores da pesquisa, postou em seu perfil no Twitter que “os neutrinos foram provavelmente um resultado de nossos entendimentos imperfeitos do gelo da Antártica, mas há uma chance de que um novo fenômeno da física seja o responsável”, mas que, não necessariamente, se trata de um novo universo paralelo descoberto pela humanidade. “Os eventos da Anita são interessantes, mas estamos longe de garantir que há uma nova física, quem dirá um universo inteiro”, tuitou ele.
Em 24 de junho, a agência espacial americana divulgou a descoberta de outro planeta, que também foi um feito viabilizado pelo Tess. O planeta encontrado tem o tamanho de Netuno e ele circula uma estrela, assim como a Terra faz órbita no Sol.
O planeta está ainda mais próximo do que o TOI 700 d. Ele fica a 31,9 anos-luz de distância e está em uma constelação chamada Microscopium. Ele fica na órbita da AU Microscopii, uma estrela-anã vermelha que é considerada jovem, apesar de seus quase 30 milhões de anos.
Em setembro deste ano, pesquisadores encontraram sinal de vida em Vênus, que fica a cerca de 41 milhões de quilômetros distante da Terra, o planeta mais próximo do nosso. Segundo eles, a presença de vida no local pode existir graças a existência de gás de fosfina na atmosfera do planeta.
A fosfina, um gás altamente tóxico, é composto de hidreto de fósforo e é comumente utilizado em inseticidas na Terra, uma vez que não é encontrado em seu estado natural por aqui.
Segundo os cientistas, a fosfina na Terra é produzida por micróbios anaeróbicos (sem oxigênio) — e o mesmo pode ser verdade para o planeta quente, que beira os 462,2 graus Celsius. Os astrônomos ainda não coletaram espécimes de micróbios de Vênus e não têm imagens deles.
Mas isso significa que temos semelhantes vivendo em um planeta próximo ao nosso? Ainda não. O que a pesquisa dos cientistas indica é que podem existir micróbios em Vênus, indício mais forte encontrado sobre vida no planeta até o momento.
Não se sabe ainda a origem da substância em Vênus, mesmo depois de várias análises, e mais estudos devem ser feitos para garantir a descoberta, que não deixa de ser um marco importante para a ciência.
A Nasa confirmou nesta segunda a existência de água em uma cratera na parte iluminada da Lua. Ainda não se sabe se ela é potável e se é parecida com a água que temos na Terra, mas a descoberta traz novas perspectivas importantes para a exploração lunar, uma vez que sua existência pode facilitar a vida dos astronautas, tanto para o consumo quanto para oxigênio.
A água foi encontrada em uma das crateras lunares que podem ser vistas da Terra, na parte Sul do satélite. As duas principais suposições da agência espacial americana são de que a água foi criada por causa de impactos causados por meteoritos ou pela interação energética de partículas que foram ejetadas do Sol.