Ciência

Acelerador de partículas do Cern pode ajudar no combate ao câncer

Cern está gradualmente atualizando seus equipamentos para obter mais dados do Large Hadron Collider

Cern: novo acelerador de partículas pode ajudar médicos a tratar pacientes com câncer e especialistas a analisar trabalhos de arte (Denis Balibouse/Reuters)

Cern: novo acelerador de partículas pode ajudar médicos a tratar pacientes com câncer e especialistas a analisar trabalhos de arte (Denis Balibouse/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de maio de 2017 às 14h33.

Genebra - Um novo acelerador de partículas revelado no Cern, o centro de pesquisas de física da Europa, deve gerar aceleradores portáteis que podem ajudar médicos a tratar pacientes com câncer e especialistas a analisar trabalhos de arte.

O Cern está gradualmente atualizando seus equipamentos para obter mais dados do Large Hadron Collider(LHC), seu acelerador circular de 27 km que esmaga prótons juntos quase na velocidade da luz para explorar questões básicas sobre o universo.

Sua última atualização, semelhante a um oleoduto de 90 metros conectado a um aparelho de suporte de vida, substitui o injetor de 39 anos que produz o fluxo de partículas para o LHC.

Ao lado da nova máquina Linac 4, que custa 93 milhões de francos suíços (93 milhões de dólares) e que demorou 10 anos para ser construída, o líder do projeto, Maurizio Vretenar, disse que o Cern havia miniaturizado a tecnologia e que ele via muito potencial de uso.

"É um mundo novo e valente de aplicações", disse à Reuters no túnel do Linac 4, 12 metros abaixo de Genebra.

O Cern já construiu uma versão para tratar tumores com feixos de partículas e licenciou a patente para o Adam, um subproduto do Cern comprado pela Advanced Oncotherapy.

Outro uso médico é criar isótopos para diagnosticar diferentes tipos de câncer. Como eles se deterioram em pouco tempo, eles normalmente precisam ser transportados rapidamente até os pacientes para poderem ser usados.

"Com a nossa tecnologia portátil eles podem ser feitos já dentro do hospital", disse Vretenar.

O próximo objetivo de Vretenar é um protótipo de um metro, pesando aproximadamente 100kg, com o qual museus poderiam analisar pinturas e joias. A parte principal dos fundos necessários para o projeto chegou algumas semanas atrás.

"Já temos uma colaboração com o Louvre, e com os italianos em Florença no instituto italiano para a conservação de obras de arte", disse Vretenar.

O Louvre em Paris é o único museu do mundo que já tem um acelerador, e quando é fechado às terças-feiras, os artefatos são levados para o porão para análise, disse ele.

Outros museus não têm o mesmo luxo, e podem não querer enviar suas obras para análise.

Os resultados demoram algumas horas e podem mostrar de qual mina veio o pedaço de joia, ou detectar elementos pesados que datam e identificam a tinta usada, revelando restaurações ou falsificações.

Não há risco de danos, disse Vretenar.

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