(Leonhard Foeger/Reuters)
O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), publicado na segunda-feira, 9, entre outros destaques, trouxe um dado alarmante: os seres humanos são responsáveis por um aumento de 1,07°C na temperatura do planeta.
"Trata-se da advertência mais séria já feita" sobre o aquecimento global, afirmou o presidente da COP26, Alok Sharma, ao antecipar ao jornal The Guardian o tom da nova versão do documento que, até então, não havia quantificado a responsabilidade das ações humanas no aumento da temperatura na Terra.
O informe do IPCC "é um sinal de alerta para todos os que ainda não entenderam por quê a próxima década deve ser absolutamente decisiva em termos de ação pelo clima", afirmou Sharma. As consequências da mudança climática já são evidentes, completou, ao citar as inundações na Europa e na China ou os incêndios florestais, as temperaturas recordes observadas na América do Norte.
Os dados de hoje integram a primeira das três etapas do relatório do IPCC. As duas próximas abordarão como lidar com o aquecimento e quais as estratégias para evitar um aumento ainda maior da temperatura. No entanto, o texto desta segunda-feira deve ser o único divulgado antes da Conferência das Partes (COP26), prevista para novembro em Glasgow, na Escócia.
O IPCC foi criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização Meteorológica Mundial com a intenção de reunir o conhecimento produzido sobre as mudanças climáticas e trazer uma interpretação que possa ser convertida em políticas públicas nos países que o acatam. O atual documento originalmente estava previsto para sair em abril, mas os trabalhos foram adiados pela pandemia de covid-19. O texto tem 234 autores de 66 países.