Ciência

A Terra escapou desse asteroide — mas a Lua pode não ter a mesma sorte

Risco de o asteroide 2024 YR4 atingir a lua em 2032 é de 4%, enquanto cientistas se preparam para melhorar a detecção de ameaças com a missão NEOMIR

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 21 de julho de 2025 às 09h39.

A descoberta do asteroide 2024 YR4 gerou alvoroço no início do ano, quando os astrônomos alertaram para a possibilidade de que ele pudesse colidir com a Terra em 2032. No entanto, após um monitoramento mais detalhado, a probabilidade de um impacto com o nosso planeta foi reduzida para apenas 3%. Agora, a atenção dos cientistas se voltou para um possível encontro do asteroide com o principal satélite do planeta.

O 2024 YR4 é um asteroide que possui entre 174 e 220 pés de diâmetro. Com esse tamanho, ele poderia causar um impacto significativo, capaz de gerar uma cratera capaz de destruir uma cidade se atingisse a Terra.

A probabilidade de que o 2024 YR4 colida com a lua em 22 de dezembro de 2032 agora é de aproximadamente 4%. Embora o risco seja baixo, ele é maior do que a possibilidade de impacto com a Terra.  

O que aconteceria se o asteroide realmente colidisse com a lua?

E se o 2024 YR4 realmente atingisse a lua?

Os cientistas ainda não sabem com certeza os efeitos de tal colisão, já que é raro um asteroide dessa magnitude atingir a superfície lunar, e mais raro ainda que fiquem sabendo disso com antecedência. Richard Moissl, diretor do Escritório de Defesa Planetária da ESA, afirmou ao PopSci que um impacto com a lua "certamente deixaria uma nova cratera", mas que não é possível prever com precisão a quantidade de material que seria ejetado para o espaço ou se a gravidade da Terra poderia capturar algum desses fragmentos.

Embora a possibilidade de um "apocalipse lunar" esteja descartada, o impacto poderia ter implicações interessantes para os cientistas, que seriam capazes de estudar os efeitos de uma colisão dessas proporções.

Como a Nasa e a ESA estão se preparando para detectar futuros asteroides

Embora o risco de impacto do 2024 YR4 seja relativamente pequeno, ele sublinha a importância de termos sistemas de detecção precoce mais eficazes para monitorar asteroides em trajetórias potencialmente perigosas. Para isso, as agências espaciais estão investindo em novas tecnologias que irão melhorar a precisão na identificação de objetos próximos à Terra.

Um exemplo disso é a missão Near-Earth Object Mission in the Infrared (NEOMIR), da Agência Espacial Europeia (ESA), que será lançada na década de 2030. NEOMIR será posicionado no primeiro Ponto de Lagrange Sol-Terra, um ponto de estabilidade ideal para observar asteroides e detectar ameaças com mais antecedência.

A missão NEOMIR, que será lançada nos próximos anos, visa melhorar a detecção de asteroides que estão se aproximando da Terra. Com uma infraestrutura capaz de observar objetos maiores que 197 pés de diâmetro, o satélite poderá detectar ameaças com meses de antecedência, algo que, atualmente, é difícil com os telescópios terrestres. Richard Moissl afirmou que, com NEOMIR, o 2024 YR4 teria sido detectado um mês antes, dando aos cientistas mais tempo para estudar a trajetória e afastar qualquer risco de impacto com a Terra.

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