Rússia registra 1ª vacina contra covid-19. E agora? (asiandelight/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 5 de setembro de 2020 às 09h00.
Última atualização em 18 de novembro de 2020 às 09h18.
Na manhã desta segunda-feira, 9, a farmacêutica americana Pfizer anunciou que os primeiros resultados preliminares da última fase de testes de sua vacina contra o novo coronavírus mostraram uma eficácia de 90% nos voluntários que receberam ambas as doses da imunização.
A última fase de testes da proteção ainda está acontecendo e já foi realizada com 43.538 voluntários com idades entre 18 e 85 anos. Desse total, 1.000 serão testados no Brasil, com voluntários na Bahia e em São Paulo. Os demais participantes estão distribuídos em 39 estados dos Estados Unidos, e também na Argentina e na Alemanha.
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Para evitar qualquer desinformação sobre o assunto, respondemos 5 perguntas sobre a vacina da Pfizer com a BioNTech. Confira:
A vacina da Pfizer em parceria com a BioNTech tem como base o RNA mensageiro, que tem como objetivo produzir as proteínas antivirais no corpo do indivíduo. Com a injeção, o conteúdo é capaz de informar as células do corpo humano sobre como produzir as proteínas capazes de lutar contra o coronavírus.
O programa de ambas empresas, segundo o próprio site da Pfizer, inclui quatro vacinas experimentais em diferentes formatos de mRNA. "Esses quatro candidatos foram selecionados com base em estudos pré-clínicos, que indicaram que as candidatas são potencialmente eficazes e seguras para proteger as pessoas contra a covid-19", afirmam.
Isso ainda é incerto, uma vez que as fases de testes começaram recentemente e é impossível ter certeza de que a resposta imune induzida pela vacina será ou não duradoura.
Outras vacinas, como a da polio, são vitálicias, enquanto as para influenza precisam ser tomadas anualmente.
O objetivo das farmacêuticas é que "até o fim de 2020 elas já serão capazes de entregar milhões de doses", sujeitas a aprovação de cada país em específico.
A ideia também é produzir até 100 milhões de doses até o fim deste ano. Outras 1,3 bilhão de doses podem ser fabricadas no ano que vem.
Em julho o governo americano se comprometeu a pagar 2 bilhões de dólares pelas doses da vacina da Pfizer, caso sua eficácia seja comprovada, mas a empresa afirma que "irá colaborar de perto com os órgãos regulatórios e autoridades da área de saúde ao redor do mundo a fim de prover a vacina em potencial para áreas de grande necessidade".
O processo para desenvolver uma vacina é um pouco longo, mas tem sido acelerado para conseguir reduzir os efeitos da pandemia que já deixou mais de 26 milhões de infectados ao redor do mundo inteiro.
Segundo o último relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 3 de novembro, a vacina da Pfizer está atualmente na fase 3 de testes clínicos, a última antes de uma possível aprovação. Essa é a fase do estudo que tenta demonstrar a eficácia da imunização.