Ciência

3ª dose da Coronavac reverte queda de anticorpos contra Delta, diz estudo

O estudo vem em meio a preocupações sobre a eficácia da vacina chinesa, que no Brasil é envasada pelo Instituto Butantan, contra a Delta

Coronavac: o estudo em laboratório envolveu amostras de 66 participantes, incluindo 38 voluntários que receberam duas ou três doses da vacina (Valentyn Ogirenko/Reuters)

Coronavac: o estudo em laboratório envolveu amostras de 66 participantes, incluindo 38 voluntários que receberam duas ou três doses da vacina (Valentyn Ogirenko/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de setembro de 2021 às 09h11.

Uma dose de reforço da Coronavac, vacina contra covid-19 do laboratório chinês Sinovac, reverteu a queda nas atividades de anticorpos contra a variante Delta do coronavírus, mostrou um estudo, amenizando as preocupações sobre a resposta de longo prazo do imunizante contra a altamente contagiosa variante.

O estudo vem em meio a preocupações sobre a eficácia da vacina chinesa, que no Brasil é envasada pelo Instituto Butantan, contra a Delta, que se tornou a variante dominante globalmente e está impulsionando uma alta nas infecções mesmo nos países onde a vacinação está mais avançada.

Vários países que dependeram fortemente da Coronavac em suas campanhas de imunização começaram a aplicar doses de reforço com outras vacinas, desenvolvidas por laboratórios ocidentais, em pessoas que foram completamente vacinadas com o imunizante chinês.

A atividade de anticorpos neutralizantes contra a Delta não foi detectada em amostras retiradas de pessoas que receberam a vacina após seis meses da segunda dose, de acordo com o estudo publicado no domingo, ainda sem revisão de outros cientistas independentes.

Mas aqueles que receberam doses de reforço mostraram potência neutralizadora mais que 2,5 vezes superior contra a Delta cerca de quatro semanas após a terceira dose, comparado com o nível registrado cerca de quatro semanas depois da segunda aplicação, disseram pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, da Sinovac e de outras instituições chinesas, segundo o relatório do estudo.

Eles não discutiram como as mudanças na atividade de anticorpos afetam especificamente a eficácia da Coronavac para prevenir que pessoas adoeçam por causa da variante.

O estudo em laboratório envolveu amostras de 66 participantes, incluindo 38 voluntários que receberam duas ou três doses da vacina.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) planeja entregar cerca de 100 milhões de doses das vacinas contra Covid-19 da Sinovac e da Sinopharm até o final deste mês principalmente para países da África e da Ásia, na primeira entrega de vacinas chinesas contra a covid-19 a ser realizada pela entidade.

Mas alguns países rejeitaram receber essas vacinas, alegando a falta de dados sobre a eficácia delas contra a Delta.

Segundo a Sinovac, cerca de 1,8 bilhão de doses da Coronavac foram distribuídas globalmente, incluindo na China, até o final de agosto.

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