Cientistas ainda afirma que é possível superar essas tendências e construir relações mais saudáveis e satisfatórias (martin-dm/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 9 de fevereiro de 2025 às 16h33.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2025 às 16h34.
A infidelidade é uma das experiências mais devastadoras em relacionamentos amorosos, capaz de destruir anos de confiança e cumplicidade em questão de momentos. Seja física, emocional ou virtual, a traição deixa cicatrizes profundas que podem afetar a autoestima e a capacidade de confiar em futuros relacionamentos.
Mas o que leva algumas pessoas a traírem enquanto outras permanecem fiéis? Pesquisadores identificaram três características psicológicas que podem aumentar a probabilidade de infidelidade. Confira algumas:
O primeiro e mais significativo traço é o narcisismo, especialmente o chamado "narcisismo sexual". Pessoas com essa característica vivem em uma constante busca por admiração e validação externa, sendo praticamente impossível que um único parceiro supra toda essa necessidade de atenção.
"O narcisista sexual tem uma visão extremamente inflada de si mesmo no contexto romântico e sexual", explica pesquisa publicada no Journal of Sex & Marital Therapy.
Segundo os especialistas, esses indivíduos apresentam um forte senso de superioridade. Eles frequentemente manipulam parceiros para satisfazer seus desejos, demonstrando pouca ou nenhuma empatia pelos sentimentos alheios. "O narcisista usa o sexo primariamente como forma de alimentar seu ego, não como meio de construir intimidade", destaca o estudo.
Paradoxalmente, o segundo traço que pode levar à infidelidade é justamente o oposto do narcisismo: a baixa autoestima. De acordo com uma pesquisa publicada no Personality and Social Psychology Bulletin, pessoas profundamente inseguras podem recorrer à traição como forma de buscar validação externa e se sentirem desejáveis.
"O mais interessante é que, na tentativa de melhorar sua autoestima através da infidelidade, essas pessoas acabam não apenas machucando outros, mas também aprofundando seus próprios problemas de autoestima", analisa o estudo.
Para evitar sentimentos de culpa e proteger sua já frágil autoimagem, pessoas que traem por insegurança frequentemente minimizam seus erros e transferem a culpa para fatores externos.
O terceiro traço identificado pelos pesquisadores é o medo profundo da vulnerabilidade e da intimidade emocional. Um estudo publicado no The American Journal of Family Therapy revelou que algumas pessoas utilizam a infidelidade como mecanismo de defesa contra a proximidade emocional, especialmente aquelas com estilos de apego inseguro.
"Estas pessoas estabelecem conexões superficiais fora do relacionamento principal como forma de evitar o verdadeiro compromisso emocional", explica a pesquisa.
Durante momentos de conflito ou quando sentem que estão se tornando muito vulneráveis, buscam validação em relacionamentos externos que exigem pouco ou nenhum investimento emocional.
O estudo destaca que esse comportamento, embora possa parecer uma solução para seus medos, acaba sabotando a capacidade de formar relacionamentos significativos e duradouros. Ao evitar confrontar suas próprias vulnerabilidades e medos de rejeição, essas pessoas perpetuam um ciclo de relacionamentos superficiais e insatisfatórios.
Os especialistas ressaltam que, embora esses traços possam aumentar a probabilidade de infidelidade, eles não determinam o destino de um relacionamento. Com autoconsciência, comunicação aberta e, quando necessário, apoio profissional, é possível superar essas tendências e construir relações mais saudáveis e satisfatórias.
"O verdadeiro compromisso vai muito além de simplesmente resistir à tentação", concluem os pesquisadores. "Trata-se de cultivar ativamente a intimidade emocional, a confiança e o respeito mútuo, elementos fundamentais para um relacionamento duradouro e significativo."