Cirurgia com uso de robôs é mais precisa e menos invasiva (Ekkasit919/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 31 de julho de 2021 às 07h00.
A primeira cirurgia robótica do mundo para o tratamento de diabetes foi realizada em Curitiba, no Paraná.
O procedimento aconteceu no início de julho e é voltado para o Tipo 2 da doença.
O uso dos robôs dá uma visão mais detalhada (tridimensional e 20 vezes maior do que a humana) e oferece movimentos mais precisos e menos invasivos, o que facilita na recuperação do paciente.
A operação metabólica foi bem-sucedida e o paciente, Edmilson Dalla Vecchia Ribas, 61, deixou o hospital sem precisar de insulina.
Diagnosticado em 2005, ele eventualmente atingiu a dose máxima de insulina diária e mesmo assim não conseguiu controlar a doença.
"Eu estava com os melhores medicamentos e insulinas existentes mas não conseguia abaixar a glicemia glicada", disse o paciente ao site de notícias Jornale.
De acordo com o cirurgião responsável pelo procedimento, Dr. Alcides Branco, os exames realizados antes da cirurgia comprovaram que o paciente tinha o pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina, cansado, mas ainda saudável.
"O objetivo maior da cirurgia do diabetes é estimular o pâncreas a produzir insulina. Ele também tinha uma obesidade característica da Síndrome Metabólica, com acúmulo de gordura visceral. A luta contra o diabetes é desigual. Ele estava se cuidando com dieta, comprimidos e insulina sem resultado. A cirurgia metabólica é uma excelente ferramenta para ajudar a salvar essas pessoas", disse Branco.
A operação metabólica foi aprovada pelo CFM em 2017 e é semelhante a bariátrica, mas sem o foco na perda de peso. O objetivo é permitir que o paciente tenha maior controle da doença e não precise mais de tratamento.
Atualmente, o Brasil tem cerca de 17 milhões de adultos vivendo com diabetes e 9 em cada 10 têm o Tipo 2 da doença.