Watches & Wonders de 2024: este ano evento vai reunir 60 marcas (Watches & Wonders/Divulgação)
Editor de Casual e Especiais
Publicado em 30 de março de 2025 às 09h00.
GENEBRA. Este é o maior momento do ano do mercado de relojoaria. O instante em que toda a atenção dessa indústria tem apenas um foco. Quando os fãs e colecionadores gastam seu tempo lendo a tudo a respeito das novidades.
É a ocasião em que os diretores das principais marcas, os principais revendedores e os jornalistas especializados do mundo todo preparam as malas, sem esquecer os suéteres de cahsmere e os blazers de lã, e partem para Genebra, na Suíça.
Por lá, durante os frios dias de início de outono, acontece todo ano o Watches & Wonders, o maior salão de relojoaria do mundo, em que as maiores novidades do ano de cada manufatura são reveladas. Este ano o evento começa nesta terça-feira, 1º de abril, e vai até o dia 7.
As marcas reservam outros lançamentos para o resto do ano, claro, em eventos menores ou datas comemorativas de determinado modelo. Mas as melhores peças, as grandes apostas de repercussão e de venda, são apresentados em primeira mão nos estandes do Palexpo, principal espaço de eventos de Genebra.
Confira a seguir um guia completo para você acompanhar tudo o que acontece no Watches & Wonders deste ano.
O número de participantes cresce a cada ano, desde 2020, primeiro ano em que o Watches & Wonders foi realizado, em formato virtual devido à pandemia. No ano passado, foram 55. Nesta edição, serão 60.
Participam empresas independentes de porte, como Rolex, Patek Philippe, marcas menores e manufaturas dos grupos Richemont e LVMH. A principal novidade neste ano é a presença da Bulgari, da LVMH, que até a edição passada apresentava suas novidades em um evento paralelo no Hotel Presidente Wilson, no centro de Genebra.
Os maiores estandes são das marcas principais, como Rolex e Cartier. São os mais disputados, juntamente com o espaço da Patek Philippe. Nesses, só se entra com horário marcado. Outros ficam abertos permanentemente à visitação.
A grande ausência do Watches & Wonders, como sempre, são as marcas do grupo Swatch, como Omega, a terceira mais vendida do mundo, Longines, Mido e Tissot, entre outras.
As marcas presentes no evento são A. Lange & Söhne, Alpina, Angelus, Armin Strom, Arnold & Son, Artya Geneve, Baume & Mercier, Bell & Ross, Bremont, Bvlgari, Cartier, Chanel, Charriol, Chopard, Christiaan Van Der Klaauw, Chronoswiss, Cyrus Genève, Czapek & Cie, Eberhard & Co., Ferdinand Berthoud, Frederique Constant, Genus, Gerald Charles, Grand Seiko, Grönefeld, H. Moser & Cie., Hautlence, Hermès, Hublot, Hysek, Hyt, IWC Schaffhausen, Jaeger-LeCoultre, Kross Studio, Laurent Ferrier, Louis Moinet, Meistersinger, Montblanc, Nomos Glashütte, Norqain, Oris, Panerai, Parmigiani Fleurier, Patek Philippe, Pequignet, Piaget, Raymond Weil, Ressence, Roger Dubuis, Rolex, Rudis Sylva, Speake Marin, TAG Heuer, Trilobe, Tudor, U-Boat, Ulysse Nardin, Vacheron Constantin, Van Cleef & Arpels e Zenith.
No ano passado passaram pelos estandes no Palexpo cerca de 49 mil visitantes, além de 6.700 revendedores e 1.500 jornalistas, um aumento de 14% em relação a 2023, quando os chineses ainda tinham restrição de viagens devido à pandemia. A hashtag #watchesandwonders2024 teve mais de 600 milhões de pessoas de compartilhamentos.
Para este ano o número de visitantes deve ser parecido. Os quatro primeiros dias do salão são reservados apenas para convidados. Os diretores recebem os revendedores, que fazem os pedidos do ano. As marcas organizam as chamadas sessões de touch & try, em que os jornalistas podem ver em mãos, durante sessões fechadas, os relógios que estarão à venda nos meses seguintes.
Os últimos três dias do evento são abertos ao público, que podem comprar ingresso. O ingresso normal sai por 70 euros. O pacote VIP, que dá acesso a almoço no lounge, tour guiado e visitas agendadas nos estandes, custa 550 euros.
Até 2019, as principais marcas de relógios se dividiam em duas feiras. A SIHH, ou Salon International de la Haute Horlogerie, organizada pela mesma Fondation de la Haute Horlogerie que agora realiza a Watches & Wonders, acontecia em janeiro, em Genebra. Reunia as marcas do grupo Richemont, como Cartier, Montblanc, Panerai e IWC, e algumas independentes. Era de porte pequeno, mas pautada pelo luxo.
A outra grande feira da indústria da alta relojoaria era a Baselworld. Acontecia na Basileia, também na Suíça, no mês de abril, era a maior de todas e mais democrática. Reunia marcas de entrada, e também algumas consagradas, como Rolex e Patek Phillipe.
Assim, quem acompanhava o setor se deslocava duas vezes ao ano para a Suíça: em janeiro para a SIHH em Genebra e em abril para a Baselworld, na Basileia.
Para 2020, uma novidade estava anunciada: a SIHH mudaria de nome para Watches & Wonders (essa nomenculatura já era usada em eventos menores do grupo) e aconteceria em abril, perto da data da Baselworld. Assim, jornalistas e revendedores só precisariam viajar para a Suíça uma vez por ano para acompanhar os dois salões. Já era uma tentativa de unificar, de certa forma, as ações das maiores manufaturas do mundo.
Mas eis que veio a pandemia e tudo mudou. A Watches & Wonders foi realizada às pressas virtualmente em 2020. Já a Baselworld foi inicialmente adiada e as marcas que participavam de lá fizeram então apresentações virtuais independentes.
Até que aconteceu o que ficou apelidado de “Rolexit”, a saída de cinco grandes maisons da Baselworld para se juntar à Watches & Wonders. São elas a Rolex e sua segunda marca, Tudor, além de Patek Phillipe, Chopard e Chanel. A Baselworld então foi enterrada de vez.
Em 2022 foi formada a fundação Watches & Wonders, inicialmente por Rolex, Patek Philippe e o grupo Richemont, com presidência rotativa. Em 2024 assumiu o CEO da Cartier, Cyrille Vigneron. Recentemente se uniram à fundação como membros a Hermès, a Chanel e o grupo LVMH.
Outros salões locais continuam sendo realizados, como o próprio Watches & Wonders de Xangai para o mercado chinês e a LVMH Watch Week, com as marcas do conglomerado francês. Este ano o evento do grupo aconteceu em Nova York, em janeiro. Mas esses não têm o alcance agora da feira em Genebra.
Confira nossa cobertura a partir de terça-feira 1º de abril.