Retomada da aviação pelo mundo segue em velocidades diferentes (Yifan Zhang/Divulgação)
Repórter colaborador
Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 11h11.
Última atualização em 27 de dezembro de 2024 às 11h13.
Os voos internacionais para Xangai, Pequim e Hong Kong devem aumentar em 2025, quase completando a recuperação para níveis pré-pandêmicos. É uma história diferente no resto do mundo, pois a indústria da aviação passa por crises com cadeias de suprimentos quebradas e conflitos regionais.
Os serviços da Cathay Pacific Airways para Xangai, o coração financeiro da China, devem aumentar 48% até novembro do ano que vem, de acordo com as programações de companhias aéreas compiladas pela Cirium.
A Air China, a China Southern Airlines e a Hainan Airlines Holding estão entre aquelas que planejam operar centenas de voos internacionais a mais para Pequim em comparação aos 12 meses anteriores, mostram os dados.
De acordo com a Bloomberg, com o número de visitantes estrangeiros na China ainda em baixa, as transportadoras chinesas inevitavelmente respondem por muitos dos serviços internacionais adicionais. Mais cidadãos chineses estão se aventurando no exterior e voltando após um boom de viagens domésticas pós-Covid.
Enquanto isso, o tráfego aéreo internacional para hubs estabelecidos como Londres, Dubai e Doha vai oscilar ou até mesmo recuar no ano que vem. Em Nova York, o volume de voos internacionais de entrada vai diminuir no ano até novembro, mostram os dados da Cirium. Essa seria a primeira redução desde que a pandemia interrompeu as viagens globais em 2020.
Os cronogramas refletem uma indústria da aviação operando em velocidades diferentes e enfrentando uma série de desafios. A demanda de passageiros no próximo ano será mais forte na região da Ásia-Pacífico, que emergiu da Covid mais tarde do que a Europa e os EUA e, portanto, está saindo de uma base mais baixa, de acordo com a perspectiva mais recente da Associação Internacional de Transporte Aéreo.
Segundo a Bloomberg, o crescimento da rede de voos em muitas companhias aéreas, especialmente aquelas nos EUA, continua a ser limitado pelos problemas de produção da Boeing e pela escassez no fornecimento de motores e outros componentes após a pandemia. As companhias aéreas esperam que esses problemas sejam uma restrição que possa ir além de 2025.
Vendo o lado do copo cheio, deve haver um recorde de 5,2 bilhões de passageiros voando em 2025, de acordo com a IATA, elevando a receita da indústria aérea para mais de US$ 1 trilhão pela primeira vez.
Muitas companhias aéreas dos EUA têm pouco incentivo para operar mais voos internacionais porque a lucratividade em rotas domésticas é muito boa. Já empresas que planejam operar menos voos internacionais para Nova York incluem a Virgin Atlantic Airways a British Airways e a Deutsche Lufthansa.