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Você pagaria R$ 359 por uma bebida à base de gim? A nova aposta da Pernod

Nas mãos do conglomerado desde 2016, marca alemã Monkey 47, dona do gim mais caro do mercado, acaba de lançar no Brasil o aperitivo Monkey 47 Sloe Gin

Monkey 47 Sloe Gin: novidade custa 359,90 reais (Divulgação/Divulgação)

Monkey 47 Sloe Gin: novidade custa 359,90 reais (Divulgação/Divulgação)

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Daniel Salles

Publicado em 22 de outubro de 2020 às 14h08.

Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 18h13.

É impossível lembrar de todos os gins que foram despejados no mercado brasileiro nos últimos anos. Do mais caro de todos, o alemão Monkey 47, é difícil esquecer. Tem a ver com o preço, claro. Cada garrafa de 500 mililitros, a maior disponibilizada no Brasil, custa cerca de 330 reais, enquanto o inglês Martin Miller, de 700 mililitros, pode ser encontrado por uns 260 reais — o escocês Hendrick's, de 750 mililitros, por 290 reais. Mas não é só isso. Produzido artesanalmente em uma destilaria enraizada na Floresta Negra, na Alemanha, o Monkey 47 também deve sua fama à quantidade de botânicos utilizados — adivinha quantos —, ao sabor equilibrado e a uma irresistível trajetória.

Montgomery "Monty" Collins, quem tudo começou, era comandante da Força Aérea britânica. Despachado para Berlim em 1945, ele decidiu apoiar a reconstrução da Alemanha no tempo livre. E acabou envolvido com a retomada do Zoológico da capital alemã, onde se afeiçoou por um macaco, que apelidou de Max. Collins deixou a Força Aérea em 1951. Então radicado na região da Floresta Negra, cogitou se dedicar à relojoaria a partir dali. Sem talento para a coisa, acabou inaugurando uma hospedaria, batizada de Zum wilden Affen ("O macaco selvagem"). Uma homenagem, obviamente, a Max.

O novo membro da família Monkey 47 no Brasil: aperitivo à base de gim (Divulgação/Divulgação)

Fã de gim, como qualquer inglês da época, Collins não demorou a produzir sua própria versão da bebida. E zimbro, o principal ingrediente para elaborar o destilado, é o que não falta na Floresta Negra, além de água pura e uma farta variedade de bons candidatos para figurar como botânicos. Com a morte de Collins, no entanto, seu gim foi esquecido. Até que, anos mais tarde, uma caixa de madeira foi descoberta numa hospedaria na virada do século. Continha uma garrafa e uma carta. A primeira fora etiquetada com um desenho, a mão, de um macaco, abaixo do qual se lia “Max the Monkey — Schwarzwald Dry Gin". Na carta, uma detalhada descrição da receita da bebida, que, dizem, só duas pessoas conhecem.

A destilaria de Monkey 47 na Alemanha, na chamada Floresta Negra (Divulgação/Divulgação)

Uma delas é Alexander Stein, que decidiu apostar no gim de Collins e fundou, em 2010, a destilaria do Monkey 47. A única outra pessoa que supostamente conhece a receita é o braço direito de Stein. Em 2016, o conglomerado francês Pernod Ricard, dono da vodca Absolut e do uísque Chivas, entre outras marcas, adquriu uma fatia do gim e, em março deste ano, o arrematou por completo (os valores envolvidos não foram revelados). Stein continua à frente do negócio.

No Brasil, o gerenciamento do Monkey 47 cabe à Brand Factory, criada pelo braço brasileiro da Pernod em 2018. Trata-se de uma incubadora cujo principal objetivo é testar a viabilidade de marcas do portfólio que ainda não estão à venda no Brasil. O primeiro rótulo da destilaria alemã despejado no mercado nacional foi o Monkey 47 tradicional, o que custa a partir de 330 reais. O destilado caiu nas graças da turma que não se importa em investir em bebidas caras e registrou um crescimento de 70% entre junho de 2019 e junho deste ano, em relação ao ciclo anterior. Do portfólio de gins super premium do conglomerado no Brasil, do qual faz parte, por exemplo, o Beefeater 24, o Monkey 47 corresponde a 8%.

O primeiro rótulo da marca a desembarcar no Brasil: a partir de 330 reais (Divulgação/Divulgação)

O sucesso dele motivou a chegada, neste semestre, de mais um rótulo da destilaria alemã, o Monkey 47 Sloe Gin. Trata-se, é bom esclarecer, de um aperitivo à base de gim. Avermelhado, tem apenas 29% de teor alcoólico (o tradicional tem 47%) e seu principal ingrediente é o sloe, uma fruta também chamada de blackthorn. É ideal para preparar uma versão mais suave do negroni (basta usá-lo no lugar do gim). Outra receita acertada: junte 45 mililitros do aperitivo com 120 mililitros de água tônica num copo com gelo e decore com limão e hortelã. A garrafa do Monkey 47 Sloe Gin custa 359,90 reais. Você pagaria?

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