Michael Jordan e Air Jordan 1: recorde no mundo dos sneakers (Kent Smith/NBAE/Getty Images)
Guilherme Dearo
Publicado em 28 de maio de 2020 às 14h45.
Ainda pouco expostos nos grandes leilões –a não ser por um modelo Nike Air Jordan I de 1985, autografado pelo astro do basquete Michael Jordan e leiloado online neste mês pelo recorde de 3 milhões de reais –, os sneakers, aqueles tênis bonitões que fazem a cabeça dos jovens millennials, têm um índice e uma clientela sedenta para chamar de seus.
O marketplace americano StockX, espécie de meca para quem compra e revende edições limitadas desse tipo de sapatos, não parou de mostrar aumentos expressivos no valor dos calçados mesmo em tempos de pandemia.
Nike, Adidas, Pumas e Yeezys raros, ou não tão raros assim, mas produzidos de forma limitada, chegam a valorizar 4.000% de um ano para o outro devido aos lances cada vez mais altos dos aficionados pelas peças assinadas por ídolos e estilistas hype.
Não é à toa que esse tipo de marketplace especializado em revenda de tênis recebeu investimentos milionários de fundos e empresas, como a Foot Locker, que investiu em fevereiro de 2019 cerca de 100 milhões de dólares no Goat Group, também dedicado à negociação dos sapatos.
Juntos, no ano passado, General Atlantic, GGV Capital e DST Global, chegaram a aportar 160 milhões de dólares da StockX, que estima um faturamento bruto anual de 100 milhões de dólares.
Ainda que a plataforma tenha investido na revenda de relógios, bolsas e outro itens colecionáveis, são os sneakers os diamantes preciosos dos jovens.
Os clientes submetem os tênis, oferecem lance mínimos e, concluída a compra, enviam para a sede da StockX para análise de autenticidade, que protege as duas pontas do leilão, a do vendendor e do comprador, e garante um percentual da venda no caixa da plataforma.
A julgar pelos números tão espalhafatosos quanto os modelos, pode ser só o início de um novo tempo para um mercado tão movido por exclusividade como é o dos colecionadores.