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Você compraria um Picasso que nunca viu por US$ 7 milhões?

O primeiro leilão da Dragon 8 Auctions está oferecendo obras de Picasso, Andy Warhol e Salvador Dalí a quem quiser comprar obras que sequer estão na internet


	Polícia italiana apresenta quadro de Picasso: “os proprietários querem manter a privacidade”, disse Scott Murphy, diretor de criação da Dragon 8
 (Gabriel Bouys/AFP)

Polícia italiana apresenta quadro de Picasso: “os proprietários querem manter a privacidade”, disse Scott Murphy, diretor de criação da Dragon 8 (Gabriel Bouys/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2015 às 20h34.

Tudo que você pode imaginar é real, disse Pablo Picasso. Hoje à noite em Hong Kong, você pode comprar uma das obras de arte dele por mais de US$ 7 milhões.

E tudo que pode fazer é imaginar como ela é.

O primeiro leilão da empresa Dragon 8 Auctions está oferecendo obras de Picasso, Andy Warhol e Salvador Dalí no Grand Hyatt Hotel aos compradores que estiverem dispostos a desembolsar somas de sete dígitos para obras que estão guardadas em segurança em um cofre suíço.

A empresa, criada há apenas alguns meses, sequer colocou as imagens no seu site.

Em vez disso, fotografias em tamanho real dos quadros, emolduradas em madeira não envernizada, estiveram em exposição na pré-visualização no hotel em 18 de novembro, onde convidados VIP puderam experimentar vinhos e uísques listados para leilão e ver os diamantes à venda.

“Os proprietários querem manter a privacidade”, disse Scott Murphy, diretor de criação da Dragon 8. “Eles disseram, ‘vamos permitir que vendam esses quadros, mas não se atrevam a divulgar qualquer informação sobre eles ao público’”.

Os potenciais compradores podem ver imagens do retrato a óleo de Dalí de 1960 e mais de 350 outros lotes no catálogo, cuja tiragem de 1.000 exemplares foi distribuída a clientes selecionados.

Exceto o Picasso. A obra de 1965 do artista espanhol, estimada entre US$ 7 milhões e US$ 9 milhões, não foi incluída porque o vendedor ainda estava vacilando quando o catálogo foi impresso, disse Murphy.

Um encarte, entregue na pré-visualização, diz que o quadro foi comprado pelo dono atual da Galerie Michael Haas, de Berlim, em 2000. O quadro não foi vendido no leilão da Sotheby’s em Londres em 1999, quando recebeu uma avaliação baixa, de 600.000 libras (US$ 917 mil), segundo o banco de dados da Artnet.

Especialista em vinhos

A Dragon 8 foi ideia do fundador Gil Lempert-Schwarz, que mais recentemente trabalhava como consultor de vinhos para a Acker Merrall Condit e diz possuir muitos contatos com proprietários de arte e joias.

O ex-dono de galeria de arte surge como um iconoclasta feliz em assumir riscos no indigesto mundo dos leilões de luxo.

Um dos lotes, por exemplo, consiste em 120 garrafas de Château Latour 2000, no valor de cerca de 900.000 dólares de Hong Kong, com uma oferta inicial de 10 dólares de Hong Kong e sem preço de reserva. “O consignador me disse, ‘não me importa se você quiser mexer no mercado e ver o que acontece’”, contou Lempert-Schwarz.

Ele disse que a procedência de todos os itens em oferta está detalhada no catálogo e que organizou exibições privadas para clientes na Europa, sendo que um deles tomou um avião privado para ver o Warhol.

“Obviamente as peças não seriam vendidas se não existissem”, disse Lempert-Schwarz. “Em nossa situação, as pessoas são muito mais discretas. As pessoas do lado da compra gostam dessa discrição”.

Comissão do comprador

Ele está cobrando uma comissão de 18,88 por cento dos compradores, vários pontos percentuais menos que a Christie’s e a Sotheby’s, que fazem seus grandes leilões em Hong Kong do outro lado da rua, em um centro de convenções.

Ele diz que espera, conservadoramente, ganhar mais de “200 milhões de dólares de Hong Kong em todas as categorias”.

Entre os demais lotes estão um barril raro de uísque Glenfiddich com uma estimativa pré-leilão entre US$ 580 mil e US$ 800 mil e um anel com um diamante 20,41 quilates estimado entre US$ 1,6 milhão e US$ 1,88 milhão.

Perguntado por que simplesmente não vendia os quadros de forma privada, Lempert-Schwarz disse: “As pessoas em Hong Kong gostam de leilões, de apostar contra os outros e ganhar. Ninguém compraria o quadro se fosse em uma venda privada”.

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