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Vinhos delicados não servem a 36 mil pés de altitude

A Emirates é uma das várias empresas aéreas que estão acrescentando vinhos de elite à lista de regalias de luxo


	Garrafas de vinhos: trata-se de uma estratégia de longo prazo para conquistar a fidelidade dos viajantes ricos
 (ThinkStock/Thinkstock)

Garrafas de vinhos: trata-se de uma estratégia de longo prazo para conquistar a fidelidade dos viajantes ricos (ThinkStock/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2015 às 19h06.

Na última primavera do hemisfério norte, Joost Heymeijer chegou a Bordeaux com a equipe especializada em vinhos da empresa aérea Emirates para uma maratona de quatro dias de degustação de amostras diretamente dos barris.

Eles acabaram comprando quase 1 milhão de garrafas a futuro, enfocando em 60 famosos crus classés, como o Château Cheval Blanc.

Quando os vinhos estiverem prontos para o consumo, serão disponibilizados gratuitamente na primeira classe e na classe executiva da Emirates.

“Uma viagem longa fica muito melhor com uma taça de Bordeaux ou champanhe fino”, diz Heymeijer, que comanda o serviço de bordo da empresa aérea. “É por isso que gastamos meio bilhão de dólares no programa de vinhos durante a última década”.

Dois milhões de garrafas estão envelhecendo em um depósito na Borgonha; o restante está armazenado em Dubai.

A Emirates é uma das várias empresas aéreas que estão acrescentando vinhos de elite à lista de regalias de luxo, como camas massageadoras e serviço culinário com estrelas Michelin.

Trata-se de uma estratégia de longo prazo para conquistar a fidelidade dos viajantes ricos.

As empresas aéreas escolhem a maior parte dos vinhos por meio de testes cegos usando especialistas como James Cluer, que criou o programa da Qatar Airways há uma década.

A equipe da Singapore Airways, formada por três pessoas, inclui dois Mestres do Vinho; sommeliers da australiana Rockpool Restaurant Group fazem as escolhas da Qantas Airways.

As seleções variam bastante entre as empresas aéreas e os voos, mas os champanhes de primeira linha são uma constante.

Nas listas, há uma preferência pelos vinhos ricos e frutados, em detrimento dos complexos e delicados, porque a pressão da cabine e a baixa umidade diminuem os sentidos do olfato e do paladar. (Nem todas as escolhas são qualificadas como garrafas de luxo; o sauvignon blanc da suíte de três quartos da Etihad Airways custa modestos US$ 15 no varejo).

As empresas aéreas estão investindo pesadamente em serviços.

A Etihad utiliza taças de cristal criadas especialmente para a companhia, assim como a Singapore. E a Qatar ofereceu treinamentos sobre vinhos para todos os seus 9.000 comissários de bordo.

O que vem a seguir? Eu prevejo sommeliers a bordo realizando degustações privadas de vinhos no ar.

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