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Vinho na caixinha de papel? Startup brasileira cresce 400% na pandemia

A Fabenne oferece as chamadas bag-in-box com 3 litros, que duram até 45 dias depois de abertas. A empresa esperar faturar 4 milhões de reais este ano

Vinho Fabenne: vendas equivalentes a 400 mil taças por ano (Vinicius Murari/Divulgação)

Vinho Fabenne: vendas equivalentes a 400 mil taças por ano (Vinicius Murari/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 10 de setembro de 2020 às 08h12.

As embalagens chamadas bag-in-box para vinho já foram vistas com desconfiança por especialistas, como aconteceu com as tampas de rosca. As caixas de papel hoje já estao bastante difundidas em mercados maduros como França, Estados Unidos e Austrália, principalmente para o vinho do dia a dia. Pois uma startup brasileira tem crescido bastante oferecendo vinho nesses recipientes descartáveis.

A Fabenne, considerada a primeira startup de vinhos do Brasil, vem crescendo expressivamente com esse tipo de embalagem. As vantagens alegadas são diversas. Além de oferecer ao consumidor a possibilidade de consumir a bebida em doses diárias por até 45 dias após aberto, sem perder a qualidade, as embalagens bag-in-box são eco-friendly e mais econômicas do que as garrafas tradicionais.

Segundo Adriano Santucci, sócio empreendedor e co-fundador da startup, a Fabenne tornou-se uma grande aliada de iniciantes e apaixonados por vinhos desde seu lançamento, e isso foi acelerado durante a quarentena. Com uma estratégia de aquisição de clientes digitais e foco no conhecimento da jornada do consumidor, a startup atingiu a marca de mais de 20.000 bags vendidas, que equivalem a 400.000 taças consumidas em 2019.

Somente nos meses de julho e agosto, em comparação com o mesmo período do último ano, o crescimento nos pedidos foi de 400%, segundo a empresa. Já os acessos em seu site cresceram seis vezes, alcançando aproximadamente 5.000 visitantes diários. Apostando no ganho de escala, a empresa projeta faturar 4 milhões de reais até o fim de 2020.

“Entramos em um mercado tradicional, porém pouco desenvolvido no Brasil", afirma Santucci. "Entendemos que é justamente a forma como o vinho está posicionado para o consumidor que o afasta da categoria, com tantas regras e agentes que dificultam o acesso. Vinho é caro, vinho é para momentos especiais, vinho é difícil de escolher... Estamos quebrando esses mitos e mostrando que é possível desenvolver um mercado de trás pra frente, olhando primeiro para o consumidor e depois para dentro de casa”, explica.

A marca conta hoje com três varietais fixos em seu portfólio, com opções no tinto (cabernet sauvignon), branco (moscato giallo), rosé (com uvas malvasia e cabernet sauvignon) e o lançamento em edição limitada para o inverno Cabernet Seleção Especial. Elaborados em parceria com a  cooperativa Vinícola São João, de Farroupilha, na Serra Gaúcha, a bebida que contém 3 litros na caixinha traz o produto acondicionado em uma camada resinada própria para a bebida, junto a um dispenser hermético que impede a entrada de ar quando se serve a taça, evitando a sua oxidação.

As bebidas estão disponíveis para compras individuais ou em combos de até 4 vinhos nas opções que quiser, no próprio e-commerce da marca e também na Amazon.

Já não é novidade que o período de isolamento pela pandemia do novo coronavírus fez bem ao mercado de vinhos. Ao contrário de outros segmentos da economia atingidos pela crise econômica gerada desde que a quarentena foi anunciada, o comércio de vinhos cresceu com o consumo em casa. Segundo dados da Ideal Consulting, empresa especializada em bebidas, a venda de rótulos cresceu 72% nesse período, puxada principalmente pelos rótulos nacionais.

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