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Vinho da Geórgia feito com mais de 200 variedades de uvas chega ao Brasil

A região produz vinho há séculos e, mesmo com um território pequeno em comparação com outros produtores, é possível perceber que a diversidade de terroirs

Vinhos: consumi da bebida no Brasil cresceu nos últimos anos. (Peter Dazeley/Getty Images)

Vinhos: consumi da bebida no Brasil cresceu nos últimos anos. (Peter Dazeley/Getty Images)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 29 de junho de 2024 às 07h37.

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Quando falamos de vinhos da Geórgia, país que fazia parte da União Soviética e está localizado entre Turquia, Rússia, Armênia e Azerbaijão, muitas vezes faltam referências para descrever a bebida. A região produz vinho há séculos e, mesmo com um território pequeno em comparação com outros produtores, é possível perceber que a diversidade de terroirs confere vinhos únicos e complexos. Apesar dessa história, pouco chega ao Brasil.

Os vinhos georgianos são uma volta ao passado da bebida, com taninos bem marcados, aromas de fermentação que lembram cerveja, não tão frutados como os brancos chilenos. São bebidas para aquele consumidor que quer experimentar algo diferente, disruptivo. Para atender a este consumidor, a Europa Importadora traz ao Brasil os vinhos da Pheasant's Tears.

Fundada em 2007 pelo pintor norte-americano John Wurdeman e sua esposa Ketevan Mindorashvili, todos os vinhos da Pheasant's Tears são feitos com uvas autóctones, fermentadas e envelhecidas em ânforas de terracota, os qvevri, os primeiros recipientes usados para a fermentação do vinho.

Com achados arqueológicos datando de 8000 a.C, os qvevri são vasos de argila revestidos com cera de abelha, que são enterrados no solo, onde a temperatura permanece constante, permitindo que os vinhos fermentem na temperatura natural da terra.

Vinho feito com mais de 200 variedades de uvas

Para chamar atenção do consumidor brasileiro, a importadora escolheu seis rótulos da linha da Pheasant's Tears (veja mais abaixo). Entre eles está o Poliphonia 2020, um tinto elaborado com mais de 200 variedades de uvas, plantadas em meio hectare de terra. "Nós temos um mapa para saber onde estão cada uma das uvas", explica John Wurdeman.

Assim como os outros vinhos da vinícola, este rótulo é elaborado de maneira mais natural e é uma volta ao passado. Com o uso de leveduras selvagens e mínima intervenção, há uma atenção aos detalhes que começa na colheita e dura até o transporte em contêineres refrigerados.

Conforme os métodos tradicionais de vinificação georgiana, os caules mais maduros são adicionados às cascas, suco e caroços das uvas, tanto para os vinhos tintos quanto brancos. O tempo de maceração depende da variedade e do tamanho do qvevri, variando entre 3 semanas e 6 meses.

Após ampla pesquisa, John descobriu cerca de 440 das 525 variedades originais do país. Hoje, a Pheasant's Tears cultiva, de maneira biológica, as variedades Rkatsiteli, Saperavi e Kisi, em 29 hectares de vinhas espalhadas por todo o país. A produção anual chega a 80.000 garrafas.

Os rótulos da Pheasant's Tears que chegam ao Brasil:

  • Mtsvane 2020: Âmbar, 100% uva Mtsvane, vinhas plantadas em 2011, em solo de arenito, rocha calcária e argila - R$ 247
  • Khikhvi 2019: Âmbar, 100% uva Khikhvi, vinhas plantadas em 2011, em solo de arenito, rocha calcária e argila marrom - R$ 247
  • Poliphonia 2020: Tinto, field blend, com mais de 200 variedades de uvas, plantadas em meio hectare de terra, solo de arenito, rocha calcária e argila marrom - R$ 247
  • Vardisperi Rkatsiteli 2022: Rosé, 100% uva Vardisperi Rkatsiteli, vinhas plantadas em solo de arenito e quartzo - R$ 322
  • Tsistka 2022: Branco, 100% Tsistka, vinhas plantadas em 1975, em solo de argila amarela e sílex sobre rocha calcária - R$ 297
  • Tsolikouri 2022: Branco, 100% Tsolikouri, vinhas plantadas em 1975, em solo de argila e rocha calcária com pimenta e carbonato de cálcio, conhecida como pedra-limão - R$ 297
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