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Vendas da Kering caem nos EUA: queda da Gucci impacta resultados no grupo

Em abril, a Kering reportou vendas fracas no primeiro trimestre, prejudicadas por uma queda de 25% nas vendas da Gucci

François-Henri Pinault, CEO da Kering: "A queda no consumo, que já vem acontecendo há várias semanas, é bastante forte" (Daniele Venturelli/Getty Images)

François-Henri Pinault, CEO da Kering: "A queda no consumo, que já vem acontecendo há várias semanas, é bastante forte" (Daniele Venturelli/Getty Images)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 14 de maio de 2025 às 10h45.

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Durante audiência parlamentar realizada ontem na França, François-Henri Pinault, CEO da Kering, anunciou que o grupo de luxo está com queda acentuada na demanda por seus produtos de luxo e moda nos Estados Unidos.

"A queda no consumo, que já vem acontecendo há várias semanas, é bastante forte", disse Pinault.

Em abril, a Kering reportou vendas fracas no primeiro trimestre, prejudicadas por uma queda de 25% nas vendas da Gucci.

O primeiro trimestre de vendas da Kering foi marcado por uma queda de 14% e uma redução de 25% na Gucci.

Os números anunciam um possível ano difícil para o setor de luxo, com os consumidores dos Estados Unidos e China, os dois países mais importantes para o setor, reduzindo suas compras de produtos caros.

O primeiro trimeste da LVMH

A francesa LVMH, maior grupo de luxo do mundo, apresentou o balanço do primeiro trimestre de 2025, e afirmou que o lucro caiu 3% em comparação com o período de janeiro a março de 2024, confirmando a desaceleração do setor, em meio a um ambiente econômico de instabilidade. O primeiro trimestre teve um faturamento de 20,3 bilhões de euros e queda de 2% na comparação anual.

Segundo o relatório, os Estados Unidos apresentaram uma leve queda. A divisão de Moda e Artigos de Couro, que conta com marcas como Louis Vuitton, Dior, Fendi e Loewe, caiu 5%. “O Japão registrou uma queda em relação ao primeiro trimestre de 2024, que havia sido impulsionado pelo forte crescimento do consumo chinês no país. O restante da Ásia apresentou tendências comparáveis a 2024”, diz o grupo.

No entanto, a divisão de Vinhos e Bebidas teve a maior queda, com 9% a menos em vendas. Bebidas como o champanhe e o conhaque foram prejudicados pela demanda mais fraca na China e nos Estados Unidos.

O grupo tem se esforçado em apresentar novidades como colaborações e novas linhas para atrair mais consumidores, como o lançamento da nova marca de cosméticos, La Beauté Louis Vuitton, assinado por Pat McGrath.

A Ásia também ganhou destaque para o grupo. Para lá, partiram as exposições Christian Dior: Designer of Dreams, inaugurada em Seul em abril, a exposição Crafted World da Loewe também fez uma parada em Tóquio, e para celebrar o centenário da Loro Piana e seus laços com a China, a Maison realizou sua primeira exposição em Xangai, no Museu de Arte Pudong. A Louis Vuitton também lançou uma coleção de bolsas e ready-to-wear com o artista japonês Takashi Murakami.

Frente às políticas de tarifas de Donald Trump, o grupo diz estar “vigilante e confiante no início do ano e focado no desenvolvimento de suas marcas, impulsionado por uma política sustentada de inovação e investimento, além de uma constante busca pela qualidade em seus produtos, sua desejabilidade e sua distribuição seletiva”.

O anúncio de Trump incluía uma cobrança de 20% sobre peças de moda e artigos de couro europeus e 31% para relógios produzidos na Suíça. Na semana passada, Trump suspendeu a maioria de suas tarifas por 90 dias, estabelecendo uma taxa geral de 10%.

O setor se prepara para o que pode ser sua maior queda em anos. No entanto, o mercado de luxo possui altas margens de lucro e está mais bem posicionado do que outros setores para aumentar seus preços e proteger os lucros contra as tarifas americanas.

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