Médico atente paciente: população masculina com a glândula aumentada chega a 70% dos homens com mais de 50 anos, algo como 14 milhões de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (Adam Berry/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2013 às 13h04.
São Paulo - De acordo com estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com mais de 10 mil homens em 11 estados brasileiros, 65% deles têm indícios de próstata aumentada. No mundo, o número chega a 72%
Não é apenas a barriga que costuma ganhar mais medidas com o decorrer do tempo. A partir dos 50 anos, uma condição torna-se bastante comum entre os homens, o crescimento da próstata.
Esta pequena glândula, de apenas 15 gramas e responsável pela produção do esperma, chega a pesar de 30 a 120 gramas com o passar do tempo, condição chamada de hiperplasia prostática, a doença mais comum na próstata.
De acordo com estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com mais de 10 mil homens em 11 estados brasileiros, 65% deles têm indícios de próstata aumentada. No mundo, o número chega a 72%.
“A hiperplasia prostática é um inchaço da glândula que obstrui parcial ou totalmente a uretra. A doença começa silenciosa, sem alardes, aumentando aos poucos a frequência de urinar.
Com o tempo, pode causar dor e a sensação de que a bexiga nunca se esvazia, o que prejudica toda a vida do homem, que precisa ir ao banheiro várias vezes durante o dia e à noite.
Ele não consegue participar de uma reunião, dormir a noite toda, ir à uma sessão de cinema ou viajar. Casos graves levam o homem à retenção ou incontinência urinária ou até a insuficiência renal”, explica o urologista Sandro Faria, do Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Vera Cruz e um dos maiores pesquisadores sobre o tema.
Veja abaixo dez dicas sobre a condição, seu tratamento e prevenção:
Dica 01- A chance de apresentar hiperplasia benigna dobra a cada década do homem. É a doença mais comum da próstata.
Dica 02 - A hiperplasia prostática prejudica a qualidade de vida do homem e muda sua rotina, afetando o desempenho no trabalho, no humor, no casamento, na vida sexual. O principal sintoma é o aumento da frequência para urinar.
Dica 03 - Algumas condições favorecem o crescimento da próstata: fatores genéticos, diabetes, obesidade e tabagismo. Ter uma vida saudável, com alimentação equilibrada e sem cigarro, podem ajudar a diminuir as chances de apresentar o problema. É importante também procurar o urologista com frequência após os 40 anos.
Dica 04 - O diagnóstico é feito pela história clínica e toque retal. O ultrassom e o estudo urodinâmico são necessários em alguns casos.
Dica 05 - A dificuldade, segundo o especialista, é que a hiperplasia benigna ainda é negligenciada. “Há muitos casos de subdiagnóstico. Não temos dados estatísticos no Brasil, mas estima-se que, de seis milhões de pessoas que precisariam receber atenção ao problema, apenas 300 mil estão em tratamento".
Dica 06 - O crescimento da próstata não evolui para o câncer de próstata. São patologias concomitantes, como enfisema e câncer de pulmão.
Dica 07 - Não há nada comprovado que uma taça de vinho por dia ou alimentos como tomate e castanha ajudem a prevenir a doença na próstata.
Dica 08 – Casos mais leves são tratados com medicamento e, de acordo com o especialista, 30% dos pacientes precisam de cirurgia para reduzir o tamanho da próstata, que pode ser tradicional – de ressecção transuretral convencional para retirada fragmento da próstata pela uretra, ou a laser, que vaporiza a próstata.
Dica 09 - O tratamento mais avançado no Brasil atualmente é a cirurgia a laser, não invasiva, sem limite para o volume de próstata, o que aumenta o número de pessoas beneficiadas pela cirurgia. A tecnologia chamada de GreenLight reduz o tempo de internação e recuperação, e o paciente tem alta, em média, em até 24 horas. Mais de 600 estudos comprovam a eficácia e segurança do GreenLight, com mais de 500 mil pacientes tratados em todo o mundo.
Dica 10 - O tratamento com laser verde é um avanço para pacientes com doenças do coração, que precisam utilizar drogas anticoagulantes e antes não tinham alternativas de cirurgia. Como o sangramento é mínimo, não há necessidade de suspender o medicamento.